Eu não acreditava nisso. Não havia passado uma semana e ele já estava com ela. Fechei os olhos, respirando fundo, tentando não pensar no que eu acabava de ver. Eles não podiam me ver ali. Olhei por uma última vez. Ele pressionou mais seu quadril no dela, sua mão passou furtivamente em cima do seio enquanto a outra mão estava em sua nuca, a segurando com vigor. Ela deixava baixos sons escaparem da sua garganta e fincava as unhas em seu ombro descoberto. Ele começou a deslizar a blusa por sua cintura e escorrer sua outra mão pela parte traseira da calça jeans dela. Ela arfou mais forte. Eu não podia ficar aqui e simplesmente vê-los fazer sexo na minha frente, eu tinha que sair daqui e era agora.
-Droga! – eu disse quase inaudível.
Eu tropecei e quase caí se não tivesse me segurado na parede. Meus olhos foram parar nas duas pessoas que a pouco eu estava olhando. Ironicamente, eu esperava que nada tivesse mudado da visão que eu tive, mas eu não tinha tanta sorte. Ela já não tinha suas pernas em volta dele e sua blusa estava baixada, mas isso não indicava que eles tinham voltado ao estado normal; Ela arfava consideravelmente, ele nem tanto. Os olhos dele estavam sérios e franzidos, já Minogue esboçava um sorriso. Vadia!
- O que você ta fazendo aqui? – seus olhos baixados e a penumbra que nos cercava davam lhe um ar mais sombrio e furioso.
Eu engoli as palavras que estavam na minha cabeça. Eu queria xingar, bater, espancar, mas eu não tinha esse direito. Eu abri a boca para falar alguma coisa, mas nada veio a minha mente. O que eu estava fazendo aqui era uma boa pergunta, Lucius!
- O que mais essa pirralha podia ta fazendo aqui além de nos atrapalhar Lucius? – Minogue passou as unhas sobre a regata preta de Lucius enquanto me dizia essas palavras - ne, impata-foda?
Essas últimas palavras foram dirigidas a mim. Mesmo com essa frase, Luisa parecia feliz por eu ter visto a pequena agarração deles. Lucius não expressava nada, apenas continuava a me olhar.
- Eu tava no dormitório do Victor – eu disse finalmente.
Tentei falar isso como se o que eu tinha acabado de ver não me afetasse. Eu não tinha mentido, isso fez parecer mais natural do que eu pretendia. Felizmente ele não pareceu notar ou fingiu não notar meu nervosismo. Lucius apenas arqueou a sobrancelha e continuou a me encarar.
- Talvez eu esteja enganada, mas eu acho que é proibida a circulação de alunos depois da meia - noite, principalmente quando isso envolve Victor Lefroy – Minogue balançou a cabeça em negativa enquanto seu sorriso aumentava – A Sura não vai gostar nadinha de saber disso!
Essa frase veio acompanhada com uma risada baixa, não dela, mas sim de um vulto atrás de mim. Eu não precisei me virar para ver quem era. Victor se aproximou, circundou minha cintura com seu braço e ficou do meu lado. Ele já usava aquele sorriso cínico de sempre. Eu agradeci mentalmente por isso.
- Não se preocupe com a Sura, Minogue. Nós estávamos fazendo exatamente a mesma coisa que vocês – Victor pressionou mais sua mão em minha cintura – Nada!
- E quem disse que nós estávamos fazendo nada, Victor?
- Não estavam? – Victor se fingiu surpreso – Então me digam o que estava acontecendo aqui. Eu ficaria muito feliz de relatar isso ao Conselho.
A postura arrogante de Minogue vacilou por um momento. Lucius tinha expressão branca, não me dando a mínima noção do que se passava em sua cabeça. Eu olhei novamente para Minogue e notei que ela se recompunha da ameaça de Victor.
- E a história se repete mais uma vez! – Minogue saiu de perto de Lucius e se aproximou da escada - Sendo mais um passatempo da garota do Conselho, Victor? Eu pensei que uma já era o suficiente.
Senti o corpo ao meu lado tencionar. Eu não sabia ao que Luiza se referia, mas isso pareceu afligir Victor. Mas se Luiza pensava que me usaria pra atingir Victor, ela estava muito enganada. Me movi para frente e desci as escadas. Fiquei cara a cara com Luisa, já que tínhamos praticamente quase a mesma altura.
- Sério, Luisa? Eu não sei se você percebeu ou se você se faz de sonsa, mas o único passatempo de alguém aqui... – eu disse baixando meus olhos sobre ela, menosprezando-a - é você. Certo, Lucius?
Eu olhei diretamente para ele, sem disfarçar. Todo mundo aqui sabia que ele estava usando a Minogue, eu só precisava esfregar isso na cara dela.
- Tira os olhos do que é meu! – ela forçou suas unhas no meu rosto, me fazendo olhar para ela.
- Seu? – eu esbocei um sorriso – Isso foi antes ou depois de eu ter dito a ele que eu amava o Victor? – eu falei sem pensar.
No próximo momento eu me arrependi. Eu não podia ter dito isso, usar o que tanto o machucou para atacar Minogue. Ela ainda tinha a mão no meu rosto, apertando o cada vez mais. O sorriso que ela tanto adorava me mostrar desapareceu. Eu sabia o que ela queria, ela queria uma boa briga, e eu estava disposta a proporcionar isso a ela. Minogue apertava meu rosto com força, podia sentir as unhas pressionarem constantemente minhas bochechas e a dor aumentar cada vez mais. Não sei o que me deu, eu só sei que eu fiz, sem remorsos. Aproximei meu rosto do dela e senti ela me segurar mais ainda, sorri para ela de forma triste e sádica e vi-a repetir o gesto. Ficamos nos encarando por milésimos de segundo e assim eu o fiz, cuspi na cara dela sem culpa. O que procedeu foi rápido. Luisa soltou um som quase animalesco enquanto jogava meu corpo para trás.
- Não! – Lucius gritou.
Ele se aproximou rapidamente, segurou Luisa pela cintura e a afastou de mim. Victor foi veloz ao me deter antes que eu me deparasse com as escadas e me segurou pelas costas. Lucius tentava acalmar Luisa com sussurros e beijos lentos enquanto ela se debatia entre seus braços.
- Sua vadiazinha escrota! Me solta, Lucius!
- Não. Lu, olha pra mim – ela foi cedendo aos poucos – Não faça. Ela é apenas uma criança. Não seja como ela, infantil.
Eu não disse nada ou fiz algo. Meus joelhos pareceram ceder, mas Victor me segurou com vigor. A cena a minha frente pareceu doer mais do que tudo que eu já havia ouvido ou tinha visto. Eu tentei não chorar, segurar o choro. Lucius olhou para mim, ainda com Luiza em seus braços.
- Eu não sei o que você esta fazendo, Claire. Mas se você não tem respeito por si mesma, eu espero que você tenha pela Luisa... – ele fez uma pausa, me olhando de baixo para cima - Eu não te reconheço mais.
Ele me disse com o rosto sério, mas as palavras denotavam decepção e tristeza. Sorri cinicamente para ele. Não me reconhece mais? Então olhe para sua maior obra prima, amor, porque se tem alguém culpado pelo o que eu me tornei é você. Suas mentiras, sua frieza, seus segredos.
- Eu não sei o que vocês estavam fazendo – ele olhou para mim e depois para Victor – e eu não me importo. Eu só espero que vocês nos deixem terminar o que a gente começou.
Ele acariciou a barriga da Luisa, disfarçadamente, como um ato falho. Eu só os encarei, sem dizer nada. Luisa abraçou Lucius pela cintura com seus olhos cheios de fúria, mas em sua boca havia novamente aquele maldito sorriso. Eu tentei não demonstrar nada, eu não podia, eu não devia.
- Eu não sei o que é mais engraçado: você defendendo a vadia da Minogue, fingindo que ela é alguma santa ou você me chamando de infantil. – eu vi Minogue parecer inquieta e Lucius franzir a testa – Eu nunca pensei que você fosse magoar a Luisa desse jeito.Usando ela pra me esquecer, Lucius? Eu pensei que você fosse mais maduro do que isso.
Eu deixei todo o meu veneno escorrer por essas palavras. Eu não seria mais humilhada, por mais que me magoasse dize-las, eu não o deixaria me humilhar. Eu vi a figura a minha frente me fuzilar com olhar, dessa vez foi Luisa que teve que detê-lo para não ir ate a mim.
- Vem, Victor
Eu entrelacei minha mão com a dele e o puxei em direção ao corredor escuro. Eu só queria sair dali.
- Eu acho que não preciso dizer mais nada – Victor disse quando passou do lado do novo casal – Ate mais, Lucius.
Eu andei ate o jardim externo sem dizer nada, apenas sentindo os olhos de Victor em mim. Não olhei para trás, nenhuma vez si quer, eu não queria me machucar mais.
- Olhe pra você! Você me surpreendeu lá - Victor me disse enquanto ainda estava de costa para ele, trancando a porta do dormitório. – Eu não sabia que você era capaz disso.
- Você não sabe nada sobre do que eu sou capaz! – eu disse em um sussurro.
Mas tinha certeza que ele tinha escutado. A raiva borbulhou em mim, do meu sangue ate meu braço. No próximo segundo eu já tinha me virado e metido à mão na cara do Victor. Ele não me evitou, seja de propósito ou por sido pego de surpresa. Eu o encarei sentindo a raiva em mim aumentar.
- Você sabia disso, que eles estariam lá, não sabia? – ele não respondeu, apenas me encarou com os olhos cegos – Não me faça ter raiva de você, Victor!
Eu disse entre dentes. Em um reflexo rápido, ele já pressionava meu corpo contra a parede, de forma ameaçadora.
- O que você pensa que é pra achar que eu me importo sobre o que você sente por mim? – ele correu sua mão do meu braço ate o ombro, me empurrando mais – Eu não sou seu amigo ou mais um idiota apaixonada por você, Claire. Eu espero que você tenha isso em mente.
Ele empurrou meu corpo novamente contra a parede, de forma ate brutal, e se afastou, ficando de costas. Eu não reagi, ainda chocada com a transformação de Victor. Eu nunca me senti tão indefesa como ali, nesse estado. E não só pelo que ele tinha feito, mas por tudo que tinha acontecido essa noite. Eu nunca me senti tão enganada como agora. O choro que eu tentava esconder veio à tona. Eu me sentia acabada, sem esperanças, derrotada. Eu olhei Victor, que me olhava com os olhos sérios e impenetráveis.
- Porque você fez isso? – eu disse com a voz abafada – Você não sabe como isso machuca? Olhar pra pessoa que você ama com outra. Dói. Porque você me fez isso?
Ele não respondeu, passou a mão em seu cabelo loiro e continuou a me olhar.
- Você já amou alguém, Victor? – eu dei um passo em sua direção – Alguém que te fizesse perder o rumo, alguém que te desse os maiores motivos pra te fazer feliz e ao mesmo tempo a única que poderia te fazer sofrer dessa maneira, como se sangrasse?
Ele ainda não disse nada, mas eu continuei a me aproximar, com lágrimas escorrendo, silenciosamente.
- Já amou alguém assim? – eu dei mais um passo, o sentindo mais próximo – Já?
Ele me olhou com olhos mais límpidos e através deles eu pude enxergar o que ele estava sentindo. Pena, dor e culpa. Ele assentiu devagar, sem uma palavra dita. Eu me aproximei mais, e não o vi distanciar, como em um impulso, eu o abracei, tentando sentir o conforto de alguém, mesmo que fosse o dele. Ele não abraçou de volta ou disse algo. Sentia seu peito levantar e baixar, respirando, como se ele precisasse de ar.
- Então porque você fez isso comigo? – eu disse quando minhas lagrimas manchavam sua blusa azul.
Eu o abracei mais forte, vendo o hesitar. Ele não iria me responder, pelo menos não agora. Eu afastei meu rosto do seu colo e o olhei. Seu cabelo estava caído em seu rosto, bagunçado, sua boca em uma linha reta e os seus olhos teimavam a me fitar com frieza. Eu não consegui olhar mais para ele, era como se ele não se importasse. Ele não se importava. Um soluço surdo escapou da minha garganta. Eu me afastei, ainda olhando para o nada, sem vontade de encará-lo. Senti minhas forças esvaírem. Eu só queria esquecer tudo isso.
- Não.
Ele disse antes de segurar meu braço. Eu teria me deixado cair no chão se não fosse por ele. Eu ainda não conseguia olhar para ele.
- Vem, eu vou te levar pro seu quarto.
Eu neguei com a cabeça e tentei tirar meu braço das suas mãos.
- Garota estúpida! – ele disse entre dentes.
Antes que eu percebesse, ele já tinha as mãos nas minhas costas e nas minhas pernas, me segurando em seu colo. Eu não disse mais nada, não me debati ou discute. Ele me levou ate meu quarto, eu ainda com o rosto em seu pescoço, sentindo o cheiro forte e bom que saia dele, enquanto ele me deitava na minha cama. Ele ia me deixar sozinha se não tivesse segurado em seu braço.
- Fica comigo – ele franziu a testa e negou – Por favor... Não me deixa sozinha.
Eu senti minhas lágrimas escorrerem novamente. Ele me olhou por um tempo, sem dizer nada como sempre, medindo as opções. Ele ainda estava perto de mim, por um momento desviou o olhar e sentou de lado perto da cabeceira da minha cama. Passou a mão sobre seu cabelo e prendeu atrás de sua orelha, permitindo me olhar melhor. Olhou-me como se não acreditasse no que via, não com pena ou dó, como ele fazia minutos antes, mas como se me entendesse, sem julgamentos, como se já tivesse se sentido assim. Passou a mão sobre minha cabeça e me puxou para suas pernas, para que eu a encostasse lá. Eu o fiz. Continuou a acariciar meu cabelo de forma lenta e silenciosa enquanto eu me aconchegava em suas pernas. Me senti cansada, cansada de mais. Eu estava com os olhos fechados e podia sentir meu corpo relaxado, quase dormindo.
- Não faça isso comigo, Claire.
Eu ouvi ao longe, não sabendo se ouvi direito ou era apenas minha imaginação, mas eu sabia que Victor não seria capaz de me dizer essas palavras. Ou seria?
Sábado e eu ainda tinha treino à tarde. Eu acabei chegando atrasada a aula da Amélia, estudos avançados sobre luta e autodefesa. Eu sei que parece meio estranho ter aulas teóricas sobre luta, mais ainda aulas avançadas, mas havia técnicas que precisavam ser bem analisadas antes de serem executadas. As outras aulas seguiram normalmente, pelo menos para o restante da sala, não tanto para mim. Minha cabeça ainda estava confusa com tudo que tinha ocorrido na noite anterior e eu ainda me sentia ferida, eu ainda sofria. As meninas pareceram notar, mas não comentaram nada, não na hora dos intervalos. Eu andava com elas ate o refeitório, tentando acompanhar o que elas falavam e rir com qualquer besteira que a Moira dizia, mas não estava adiantando muito.
- Eu acho que vou almoçar no meu dormitório mesmo, meninas – eu disse olhando a fila que se formava.
- A não Claire – Celina me disse com cara de emburrada – você passou a semana inteira dormindo nas aulas e pior, sem conversar com a gente direito. Dessa vez você vai almoçar aqui!
- Concordo plenamente com a Céu – Moira já ia pegando meu braço e nos levando pra fila – Dessa vez você almoça com a gente e nem precisa fazer charme.
- Nem adianta discutir com vocês! – eu disse tentando fingir animo – mas eu to sem fome. Vão pegar a comida enquanto eu arranjo mesa pra gente.
- Vai ficar sem almoçar antes do treino? – Moira cruzou os braços e me olhou.
- Então trás uma salada de frutas pra mim, ta bom?
- Só salada de frutas? – foi a vez da Celina ficar preocupada.
- Eu só vou conseguir comer isso... – eu vi Celina franzir a testa – Por favor, não insistam.
Eu olhei de Celina para Moira, transmitindo todo meu cansaço, elas pareceram entender e não insistiram mais. Enquanto elas pegavam as bandejas, eu tentava encontrar uma mesa para que nós almoçássemos e, coincidência ou não, encontrei Jeremi me olhando, praticamente me analisando. Eu tentei sorrir para ele e acenei. Ele acenou de volta depois de um tempo. Eu sabia que não devia ir ali, principalmente vendo que ele tentava me evitar, mas eu precisa conversar com ele, mesmo que só durante o horário de almoço. Eu fui ate ele rapidamente e sentei a sua frente.
- Hei! - eu sorri para ele.
Eu queria que tudo voltasse ao normal, quando ele era um idiota, engraçado e fofo. Ele não parecia disposto a isso.
- Hei – ele disso sem animo.
Eu o olhei por um momento, sem dizer nada. Ele não me olhava nos olhos, só olhava em direção a fila.
- Você já almoçou? – olhei para sua bandeja vazia.
- Yeh – ele parou de encarar o refeitório e olhou para mim – Você viu o Sam por aí?
- Não. Eu fiquei conversando com as meninas no corredor e acabei não vendo onde ele foi.
- Então... Eu acho que vou procurar ele. – ele ia se levantando.
- Não! - eu disse meio afobada – Fica aqui comigo.
Ele riu debochado – Ok! Eu fico...
- Não finge que não ta me evitando Jeremi.
- Eu não to...
- Eu sei que ta. Desde aquela conversa no jardim. – eu o olhei profundamente, esperando que ele falasse alguma coisa, mas ele não disse, então eu continuei – Eu sei que você me pediu pra ficar longe do Victor, mas eu não posso.
- Você não pode? – ele perguntou confuso.
- É. Pelo menos não por agora. – eu tentei suavizar as coisas.
- Não precisa arranjar desculpas, Claire. Você não precisa me explicar.
- Não é isso!
- Então é o que?
- Sabe quando tem um segredo, um segredo só seu e que enquanto ele não for realizado ou qualquer coisa do tipo, você não pode contar pra ninguém? – eu vi ele acenar – Isso é um segredo e por enquanto eu não posso te falar.
Ele me olhava como se refletisse sobre isso, sério, muito sério. Eu tentei entender todo esse mistério depois que eu contei o porquê de não poder evitar o Victor. Eu tentei falar mais alguma coisa, mas nada vinha a minha mente. Jeremi parecia cada vez mais envolvido, me olhando, com seus olhos castanhos e a expressão fechada.
- Eu entendo, Claire. Não se preocupe com isso.
- Tem certeza?
-Tenho – ele sorriu.
Sorriu de forma pura e eu pude ver as covinhas se formando no canto da sua boca. Então eu me senti contagiar com seu sorriso e sorri de volta. Eu vi, depois de semanas, meu Jeremi de volta pra mim.
- Finalmente eu consegui!
Eu estava tão envolta com o Jeremi que nem vi Sam chegar junto com a Celina e Moira.
- Toma sua salada, sua topeira! – Moira disse quando entregou a salada para mim.
- Hei – eu fiz cara de ofendida.
Moira sentou do meu lado enquanto Celina e Sam sentavam ao lado do Jeremi. Ficamos assim, conversando, rindo e por um momento eu esqueci de me sentir triste.
- Aula conjunta... – Moira dizia enquanto andávamos no corredor – Tudo que eu precisava pra animar meu dia!
- Sério que você gosta de aula conjunta, Moira? – eu a olhei incrédula
- Claro que eu gosto! Irial, Jace e ate mesmo o chato, mas gostoso, do Lucius numa mesma aula. Foi tudo que eu pedi pra Deus!
Eu bufei em desacordo e Celina riu. Os meninos não pareciam tão felizes.
- Esquecendo a melhor parte Moira? – Jeremi disse sorrindo afetado – A gostosa da Minogue também vai ta lá.
Meu estomago revirou só de ouvir o nome dela. Eu queria esquecer, mas imagens ainda estavam muito vivas na minha cabeça. Eu apertei meu passo, indo mais de pressa para quadra, não querendo ouvir mais sobre aquele assunto.
- Você quer dizer a puta da Minogue,né? Porque alem de dar em cima do meu Irial, vive se arrastando pelo o Lucius. Graças a Deus ele tem gosto e não da moral pra ela.
Eu tive que rir desse comentário.
- Ele dá muito mais que moral pra ela – eu disse mais para mim mesma.
Mas o pessoal pareceu me ouvir e me encarou. Eu fui mais rápida e acabei entrando no ginásio sem dar nenhuma explicação. Todos estavam ali. Desde o primeiro nível ate o quinto nível, o que era difícil, já que o quinto ano costumava treinar fora do Instituto, nos arredores. Eu senti todos os olhares em mim. Não poderia ser diferente. Só o segundo e o quarto ano, que eu tinha mais contato, não me olharam tão fixamente. O quinto ano, onde se encontrava os alunos mais velhos, me olhavam intensamente. Eu era um blind, e se tudo o que Victor tinha me dito era verdade, eu provavelmente deveria ser a coisa mais foda que eles já tinham visto. Único detalhe era que eu era do segundo nível e não do quinto, como eles, mas isso era só um detalhe.
- Vai ficar só olhando? – Moira disse ao passar ao meu lado.
Celina riu, assim como o Sam e o Jeremi. Eu tentei disfarçar e continuei a andar junto a eles. Mesmo com todos os alunos ali, eu não podia não ver, não sentir a presença dele. Lucius estava em um canto junto com os outros treinadores, conversando. Ele e Luisa estavam de costas para turma enquanto Jace e Irial riam abertamente de algo que eles diziam, ele parecia ter se recuperado melhor do que eu. Eu me virei para as meninas. Eu não podia ficar me torturando com o que tinha acontecido antes.
- Meu. Deus. Se eu soubesse que o quinto ano era bom assim eu tinha passado no teste fácil! – Moira sorriu para um dos meninos que ainda olhava para nossa roda.
- Moira, amiga, agora você é uma menina comprometida! – eu a lembrei.
- Sou? Porque se depender do Irial eu continuo casta e sem beijo.
- Então quer dizer que o todo gostosão do Irial ta te evitando? – Jeremi brincou.
Moira acabou contando para o Jeremi e o Sam um dia depois do ocorrido.
- Cala boca Jeremi!
- Qual é, Moira! Você sabe porque o Irial faz isso – Sam o defendeu.
- Eu posso ate entender, mas, Sam, eu não sou o tipo que fica esperando – Moira piscou para Sam e sorriu – Agora olha pra aquele garoto de camisa verde musgo e fala se ele não ta olhando pra cá!
Eu e Celina olhamos diretamente para o garoto. Ele tinha no rosto um sorriso grande, os olhos ao longe pareciam claros, as bochechas altas e o cabelo castanho cheio de cachos. Usava o uniforme de treino preto e um tênis da nike vermelho com preto. Seus braços cruzados e a postura desleixada o deixavam mais lindo que o normal. Ele variava em olhar para o seu amigo e para nós.
- Uau! – Celina disse com a boca meia aberta.
- Ouw! – Sam se afastou de Celina um pouco
- Uau... que tênis bonito.
Todo mundo riu. Que tênis bonito? Celina tentava abraçar Sam e beijar sua bochecha, mas ele não deixava. Aos poucos ele foi cedendo e a abraçando de lado.
- Realmente o tênis dele é muito bonito – eu o avaliei novamente.
- Mas bonito que o meu tênis? – Jeremi fez careta e eu ri.
- Não. O seu é bem mais bonito – eu sorri.
- Sem querer estragar o momento, mas esse papo ta bem estranho! – eu rolei os olhos com o comentaria da Moira – Mas vamos parar de falar de tênis e falar de bundas. Olha aquilo!
- Eu vou é tirar minha namorada daqui, senão ela vai acabar se contagiando com a Moira... – Sam disse abraçando Celina com mais força, a tirando do chão e a levando pro outro lado.
- Sam, não tem como não olhar! – Moira disse rindo.
- Sam - Celina o olhou séria – Sam... é só uma olhadinha!
- É só uma olhadinha, Sam – Jeremi imitou a voz da Celina.
- Não ta contente com a minha? – Sam pegou a mão de Celina e a moldou na sua bunda.
Celina assentiu com um sorriso sapeca e começou a distribuir beijos no seu rosto.
- Agora eu fiquei com vontade de apertar uma também!
- Apertar o que?
Eu e ninguém notamos que Irial tinha se aproximado.
- Apertar uma...
- Nada! Apertar nada, Irial – eu interrompi a Moira – A aula não vai começar não?
- Eu vim aqui justamente pra isso, já que vocês pareciam tão entretidos – ele sorriu de forma tímida e eu pude perceber que seu olhar parava constantemente na Moira.
- A aula vai ser em dupla com treino de espadas, então é melhor vocês se juntarem aos seus parceiros.
Nesse momento eu lembrei que eu não tinha visto meu parceiro desde ontem. Que ótimo! Mais um motivo pro Lucius pegar no meu pé. Eu vi tanto as meninas e os meninos se afastarem a procura de seus parceiros ou procurando um espaço para começar o treino. Eu fiquei parada e Irial me olhou.
- An... Onde ta seu parceiro, Claire?
- Eu não tenho a mínima idéia... Talvez eu possa ir chamar ele.
- Eu acho que os treinadores não vão querer te esperar ate você encontrar o Victor, Claire.
Quando ele diz treinadores, lê-se: Lucius e Luisa.
- Eu sei – eu disse meio cabisbaixa.
- Espera aqui. – Irial olhou para trás e avistou Lucius – Lucius vem cá!
Não. Ele não acabou de gritar o Lucius. Ele não fez isso. Lucius andou em passos lentos, com o olhar sério, olhando somente para Irial.
- Que foi?
- Parece que a Claire ta sem parceiro.
Logo aquele maldito sorriso arrogante apareceu no rosto de Lucius, eu não fazia a menor questão de ver isso.
- Eu acho que posso ir pro meu dormitório, pelo menos nesse treino – eu disse.
- Não é necessário...
- Ela tem razão – Lucius cortou Irial – Eu não posso interromper o treino pra ser o parceiro dela, alem disso,ela que escolhesse melhor o parceiro.
- Tem quatro de nós aqui, Lucius – Irial tentou me ajudar.
- E setenta alunos. Nós não podemos dar atenção só para uma aluna, Irial.
- Não precisa se preocupar, Irial. Eu treino outro dia.
- Irial? – uma voz mais firme soou atrás dele – Talvez eu possa treinar com ela.
Lucius e Irial se viraram para o garoto e eu dei de cara com o garoto do tênis.
- Mas é a Tais, Pv?
- Você conhece ela, ela não curti muito treinar com o pessoal mais novo.
- Se não for problema.
- Não, problema algum. – ele sorriu e de perto eu pude ver que seus olhos eram verdes.
- Você que sabe, Pv – Lucius disse – Mas vai com calma, que ela não é uma das melhores.
- Não liga pro Lucius – eu disse – Ele ainda não se conforma por eu ter conseguido dar uma rasteira nele.
- Você derrubou o Lucius?
O menino do tênis disse quase rindo, mas foi parado pelo olhar mortífero que Lucius lançou.
- É melhor começar o treino – Irial disse se virando e acompanhando Lucius, que já andava na frente.
- Acho que ele ficou realmente nervoso – O menino do tênis disse rindo e passando a mão pelo cabelo.
Assim de perto ele aparentava maior e ate mais velho, com uns 22 anos. Ele sorriu mais ainda e ofereceu a mão.
- Eu sou o Paulo Vitor – apertei sua mão – Mas pode me chamar de Pv.
- Eu sou a Claire.
- Eu sei.
- Sabe?
- Sei. Eu acho que todo mundo sabe sobre a única blind do Instituto – ele sorriu – Acho melhor a gente começar a treinar.
Eu olhei para frente e vi que quase todas as duplas já estavam posicionadas, separadas, apenas esperando as instruções dos professores. Acompanhei Paulo ate um ponto mais afastado e vi de relance que Celina e Moira me olhavam. Moira bateu palmas inaudíveis, brincando comigo e eu dei de ombros, me fazendo de importante.
- Algum problema? – ele me olhou.
- Arr... Nada! – eu tentei disfarçar a careta que eu estava fazendo para Moira.
Paramos enquanto Jace e Irial explicavam o que iria acontecer na aula. Basicamente iríamos testar nossas habilidades em uma luta com espadas contra o nosso parceiro, no meu caso o Paulo Vitor, enquanto os treinadores iriam nos avaliar e ajudar durante o treino. Nada de mal ate aí. Eu vi Lucius e Luisa distribuírem as espadas para os principados. Luisa pareceu pressentir minha presença.
- Não me diga, Pv, que você vai treinar com a Claire? – Luisa disse lhe entregando a espada.
- Você me conhece, Lu... – ele sorriu de lado e pegou a espada – Eu não perco oportunidades.
Ela riu de forma debochada e me olhou com desprezo em seguida.
- Boa sorte – me entregou a espada – Iniciante.
Luisa andou, quer dizer rebolou, em outra direção para pegar mais espadas e distribuir. Eu não consegui dizer nada.
- Você conhece a Luisa?
Que eu soubesse ela só dava aula até o quarto ano.
- É, conheço. Ela é uma das nossas treinadoras.
- Não perde oportunidades? – eu me referi ao que ele tinha acabado de dizer.
- Podem começar o treino! – Jace gritou.
- Você sabe... – ele rodou a espada em sua mão – eu queria ver como o melhor aluno do quinto ano se sai lutando com um Blind.
Eu o olhei meio abismada. Melhor aluno do quinto ano? Talvez ele não fosse tão legal quanto aparentava.
- Melhor aluno do quinto ano? – eu ri um pouco – O mais convencido também?
- Não. Apenas realista! – Ele sorriu, mostrando os dentes brancos e certinhos, e piscou para mim – Agora vai ou não começar a treinar?
Ele apontou para minha espada, que eu sustentava da pior forma possível e eu me senti mal. Se pelo menos fosse uma aula de luta, eu seria melhor, mas com espada? Isso não ia dar certo.
- Certo – eu posicionei a espada da melhor forma possível e encarei.
Ele riu e franziu a testa. Talvez eu não tenha me posicionado bem, mas ele não tinha o direito de rir da minha cara por isso. Eu senti a raiva voltar, assim como eu me senti ontem. Ele avançou sem dizer nada, deslizou a espada sobre a minha e eu me defendi. Ele insistiu no movimento, forçando a para baixo, provavelmente tentando tirá-la da minha mão. Eu segurei com mais força e empurrei com a maior força possível, me desvencilhando dele. No próximo momento ele já estava vindo em minha direção, tão rápido que eu não percebi. Ele desatou sua espada contra minha com força, me forçando para trás, fazendo com que eu caísse.
- Só isso que você consegue fazer? – ele arqueou uma sobrancelha.
Ele ofereceu sua mão, mas eu não aceitei. Levantei e peguei minha espada de novo.
- Certo – ele ergueu a mão.
A luta continuou de forma desigual. Enquanto ele vinha para cima de mim, eu tentava desesperadamente contra atacar, mas ele era mais forte, mas ágil e mais esperto. Minha espada caiu no chão pela terceira vez. Droga!
- Deixa eu te ajudar...
- Não precisa! – eu disse entre dentes.
Luisa me olhou rindo. – Tem certeza? Porque ate agora eu só te vi perder...
- Sério? Nem tinha percebido! – eu disse irônica.
- Vai. Pega a espada logo, deixa eu te ajudar.
Eu peguei a espada e nem reclamei.
- Coloca suas mãos mais para cima...
Eu nem a deixei terminar e já ataquei Paulo. Ele nem pareceu surpreso, apenas revidou. As espadas se cruzavam e se chocavam. Eu o vi regredir, mas foi só no começo. Pouco a pouco ele foi tomando conta da luta, me fazendo ir para trás novamente. Eu bufei e tentei o empurrar.
- Firma as pernas, Claire – ouvi Luisa dizer e obedeci – Agora se abaixa!
Eu abaixei e logo em seguida a espada deslizou no ar sobre minha cabeça. Vendo o espaço e falta de defesa de Paulo, eu aproximei a espada e o acertei com o outro extremo da espada, fazendo o se encolher.
- Certo – ouvi Luiza dizer – Agora vamos ver se você consegue sem mim.
Ela se virou e foi ajudar outra dupla. Eu olhei Paulo, que já tinha se recuperado, e o vi olhar sério e ate um pouco nervoso.
- Dessa vez não vai ter ajuda da Luisa.
Ele veio para mim, cruzou a espada sobre sua cabeça e a deslocou ate a mim. Eu a parei prontamente e forcei para frente com a minha espada. Eu senti a raiva aumentar. Ele sorriu de forma sádica e me empurrou mais, com muita mais força. Eu me virei, rodopiei e me desviei dele. Com tanta força que ele me aplicava, vi seu corpo ser projetado para frente e quase caiu. Eu tive que rir, o que não foi uma boa opção. Ele voltou, ainda de costas, rodou e tentou me acertar, o que passou bem perto do meu rosto, se eu não tivesse andado um pouco para trás. Aproveitando minha falta de atenção, ele virou a espada e acertou o cabo no meu rosto, de forma agressiva, me fazendo cair, de novo.
- Paulo Vitor! – eu ouvi ao longe.
Uma mão tentou me levantar. Percebendo que era Luisa, eu me afastei e levantei sozinha. Limpei o pouco sangue que escorria no canto da minha boca e prossegui.
- Parem de lutar – senti Luisa apertando meu braço novamente.
- Me deixa! – eu gritei no rosto dela e tirou meu braço do seu aperto.
- É isso que você quer mesmo, garota? – vi Paulo sorrir e se preparar para luta novamente.
Deslizei em sua direção, com a espada perto do meu rosto e o vi reagir da maneira que eu imaginava. Ele deslizou a espada em minha direção, imaginando que eu me defenderia, mas ao invés disso eu abaixei. Tentei acertá-lo novamente na barriga, mas ele já tinha aprendido esse truque e se defendeu. Ele segurou minha mão e me virou de costas para ele, com a outra ele prensava a espada contra minha garganta. Eu pisei em seu pé, sem me importar e com o cotovelo tentei acertar sua barriga, mas ele já tinha distanciado. Foi o tempo para eu me virar, para ver que ele já estava vindo.
Direita, costas, rasteira – as palavras surgiram na minha cabeça e se repetiram - Direita, costas, rasteira.
Então eu lembrei sobre o que Victor tinha dito e tudo pareceu ficar mais claro. Não tive tempo de desviar do primeiro golpe, logo ele me acertou, com o cabo da espada, no meu braço direito. Eu me desequilibrei no começo, mas me recompus, já sabendo o que ele iria fazer. Ele me passou, me vendo apenas de costas. Eu sabia que ele tentaria me acertar nas costas, então me abaixei, percebendo que a espada passava novamente acima de mim. Foi tempo suficiente para que eu me baixasse mais no chão e lhe aplicasse uma rasteira. Ele não teve tempo de raciocinar e como eu previa, ele caiu, caiu feio.
Eu o vi deitado com rosto cheio de dor devido a pancada na cabeça e com a espada largada ao seu lado. Eu tive que me conter para não rir. Eu poderia ate acertá-lo, mas derrubar da forma que eu derrubei, nunca. Todos pareceram pensar como eu, já que na maior parte da luta eu estava perdendo. Os alunos do quinto ano pareciam mais chocados, uns olhavam sem entender a situação, outros já riam. Eu me aproximei e baixei meu rosto, podendo o olhar de mais perto.
- E só isso que você consegue fazer? – eu perguntei cínica e sorri.
******
Eu passei a tarde inteira treinando. Só que desta vez, sem Paulo. Ele pareceu não gostar muito do que tinha acontecido e acabou saindo da aula. Mas no fundo eu ate entendi ele. O melhor do quinto ano perdendo pra uma garota do segundo nível? Sinceramente eu não me importava com o que tinha acontecido na aula depois disso. Eu tentei não prestar atenção ou não chamar tanta atenção assim, então acabei não ouvindo mais nenhuma voz na minha cabeça me indicando o que fazer ou ganhando mais uma luta. No fim eu acabei vindo para o dormitório sem falar com ninguém, eu não queria que todos me falassem o que tinha acontecido ou pior me perguntassem o que tinha acontecido. Então aqui estava eu: deitada no sofá, já de banho tomado, tomando soda e assistindo televisão. Eu ouvi alguém bater na porta e logo lembrei de Victor. Eu não tinha falado com ele a tarde inteira, o que já estava me deixando preocupada. Levantei-me do sofá e fui abrir a porta, mas não era exatamente quem eu imaginava.
- O Lucius não esta! – eu disse com desgosto.
Luisa me encarou e sorriu um pouco.
- Eu sei, Claire. Ele ta no meu dormitório... dormindo – ela acrescentou.
Eu bufei e tentei fechar a porta na sua cara, mas ela me impediu. Entrou no quarto e se sentou no exato lugar onde eu tinha estado.
- Agora fecha a porta que eu preciso conversar com você – ela sorriu abertamente e bateu a mão ao seu lado para que me sentasse.
Engoli toda minha raiva e fechei a porta. Eu conhecia a Luisa. Ela não viria aqui por nada, se ela me odiasse tanto como eu a odeio, provavelmente era alguma coisa séria. Sentei um pouco longe dela no sofá e a olhei.
- O que você quer Luisa?
- Me diga o que exatamente você anda fazendo com o Victor?
Eu a olhei incrédula. Ela realmente pensava que eu ia dizer alguma coisa?
- Nada que te interessa! – eu tentei me levantar, mas ela me segurou o braço.
- Me responde! – ela apertou o braço com mais força.
- Eu não preciso te responder isso, mas já que te interessa tanto... a mesma coisa que você anda fazendo com o Lucius.
Ele riu e me fez sentar ao seu lado, forçando-me para perto dela.
- Você pensa que me engana, garota? – disse mais baixo – Talvez você tenha enganado o Lucius com toda aquela historia que ama o Victor, mas não a mim! Agora, o que você anda fazendo no quarto do Victor depois da meia-noite?
- Eu já te disse! – eu meio que gritei pra ela – Agora sai daqui!
- Eu to tentando da forma mais passiva, Claire, não me faça...
- Não me faça o que? Vai me ameaçar agora?
- Não. É só que eu ainda não esqueci o que você fez ontem a noite. E nem pense que vai ficar por isso mesmo.
- Então porque você não começa agora? – me levantei e baixei novamente meu rosto junto ao dela – Ou vou ter que cuspir na sua cara de novo pra ver se você toma coragem?
- Criança, a outras maneiras de te machucar – ela bateu sua mão de leve no meu rosto – E nessa hora o Lucius será meu!
Ela se levantou, o que me fez levantar também e me encarar. Eu queria bater na cara dela e mostrar quem ia machucar quem, mas eu tinha que me manter no jogo. Eu ri abafado.
- Talvez ele seja seu, mas a única que ele ama e vai amar sou eu. Ou você ainda não percebeu?
Ele abriu um sorri morto e saiu da minha frente, indo para porta – Isso é o que vamos ver, Claire.
Ela abriu a porta e se virou de novo pra mim.
- Mas só avisando: Eu vou descobrir o que você e o Victor tão fazendo, garota – Minogue disse antes de fechar a porta.
Cap muito bom.... !!!!!!!!! a Claire ta melhorando !! :DD
ResponderExcluirAmei o cap Ky, muita ação. Adoro!!!
ResponderExcluirClaire encarando a Minogue, foi demais.
Senti um sentimento rolando do Victor para a Claire. Será que ele está se envolvendo???
Bjo...até mais.