sexta-feira, 21 de maio de 2010

Capítulo 13 - *Presente:

Eu não falo com Lucius faz duas semanas. Desde que tivemos aquele pequeno desentendimento no ginásio, nós não nos falamos mais, nada além do necessário. Ele vem me evitando desde então e eu fiz o mesmo. Eu não preciso de mais preocupações na minha vida. Já basta os meus sonhos se tornarem constantes, minha irmã mal falar comigo e ao fato que falta um dia para o baile de iniciação. As meninas estavam em êxtase com a aproximação da festa, eu nem tanto. Mesmo sabendo que me afastar do Lucius seria melhor para mim, isso não significava que eu não estava sofrendo. Ele saía cada vez mais com a Luisa, passando madrugadas fora do Instituto. Às vezes chegava até machucado, com alguns hematomas. Eu me perguntava o que acontecia nessas suas saídas, mas eu suspeitava que ele não passava muito tempo com a Luisa na boate. Os sinais que ele lutava junto com a Luisa eram cada vez mais evidentes, mas eu não sabia com quem ele lutava ou o porquê. E eu não tinha coragem de perguntar o que estava acontecendo. Eu estava cansada de tentar quebrar a barreira que tinha entre nós. Toda vez que eu tentava alcançá-lo ele se fechava, me humilhando e me ignorando ou me distraindo com seus joguinhos de sedução. Não que eu não gostasse dessa última parte, mas quando você aposta seu coração, as chances de se ganhar são mínimas. E eu sinceramente não agüentava mais perder.
Então eu tentava me distrair com outras coisas.

- O meu vestido é sensacional... – Moira me disse toda empolgada deitada sobre minha cama – mas é surpresa. Só no dia pra você ver, amiga.

Eu revirei os olhos. Moira falou desse vestido umas setenta vezes e parecia não cansar de repetir isso. E como de costume eu já sabia o que ela falaria em seguida.

- Eu não sei como você não aceitou minha ajuda pra escolher o seu vestido – ela fez biquinho e me olhou.

- Eu não queria atrapalhar seção mãe e filha no shopping Moira. Tem séculos que você não vê sua mãe – eu cruzei os braços e falei o obvio para ela.

- Eu sei, eu sei. Mas eu ainda não me conformo que você pegou um vestido emprestado com a Celina – ela balançou a cabeça em negativa.

- E eu já te disse que eu não tenho nem dinheiro e nem família pra pagar um vestido pra mim – eu sentei ao lado dela na cama.

- Você podia fazer igual sua irmãzinha e pedir pro Instituto bancar um – ela me olhou de escanteio.

- Já basta eu viver aqui de graça Moira. Além disso, o vestido que a Celina me emprestou é lindo, ta? – eu me deitei no colchão, ficando em posição contrária a dela.

- Eu amo a Celina, mas os vestidinhos delas são muito sem graça. – Moira olhava o teto do meu quarto, parecendo relembrar cada vestido que Celina já usou.

- Claro!Porque se não for chamativo e nem ter decote é vestido sem graça – eu falei sem olhar para ela, também fitando o teto.

- É lógico! – Moira me disse como se fosse à coisa mais óbvia do mundo.

- Ta bom. Mas você não me contou como foi com o Irial... – eu toquei no assunto mais delicado essa semana para Moira. Irial.

- Eu tentei de tudo: tentei seduzir, me fiz pura, de triste, a inconsolável... – ela virou na cama e ficou de bruços – mas nada, nada, adiantou.

- Sério?! Nem aquela historinha de “minha família não vai vir e eu me sinto tão sozinha”? – o que era uma grande mentira, mas Moira era a Moira.

- Não, nem essa. Mas em compensação ele me explicou porque não vai poder ir comigo... – Moira parou fazendo suspense. Eu chutei seu braço levemente e ela riu, mas continuou – ele já foi convidado por outra, que aparentemente não conhece ninguém no Instituto.

Moira se sentou na cama e fez com que eu fizesse o mesmo. Ela me olhou séria, fazendo parecer que era algo importante.

- Agora me fala algo de suma importância pra eu concluir minhas suspeitas – ela suspirou e disparou – O Lucius vai no baile? Mais importante, ele vai com alguém?

- Eu acho que não – eu olhei para ela desconfiada – eu não o vi arrumando nada pro baile, nem roupa, nem nada. Mas se você ta falando isso por minha causa, eu já disse que vou sozinha...

- Não é por causa disso Claire – Moira me interrompeu – Pensa comigo: Garota que não conhece ninguém no Instituto significa que é recente no Instituto. Não conhece ninguém e quem ela conhece não vai, ou seja...

Nesse momento tudo que a Moira estava dizendo fez todo sentido possível. Deus! A Moira vai matar ela.

- Mentira?! Eu não acredito. A Luisa Minogue...

- Exato – Moira ergueu os braços no ar com o óbvio – Aquela vadia da Minogue vai com meu homem. Não tem outra explicação!

Eu não agüentei e comecei a rir. Para ser sincera eu praticamente gargalhei. Moira abriu a boca em um perfeito ‘O’ e eu ri ainda mais. Ela começou a bater em mim e eu tentei me defender.

- Desculpa Moira... Mas eu jurava que ela ia com o Lucius, mesmo ele não arrumando nada – eu parei de rir – Agora que ela vai com Irial e como tirar um peso de mim, sabe?

Eu inclinei minha cabeça esperando sua resposta, mas ela só me olhava com raiva.

- Pára de ser chata Moira, no meu lugar você estaria fazendo à mesma coisa – ela pareceu concordar comigo nesse ponto – Alem do mais, pensa pelo lado positivo, a maldição Minogue não atinge só a mim, mas como a todas nós.

Ela pegou o travesseiro da minha cabeceira e jogou em mim. Eu me desviei a tempo, mas quase caí.

- HA HA HA! Muito engraçado – eu ainda ria quando ela me disse isso – Mas o pior não é isso. O pior é ter que ir com o Jeremi – ela me jogou um olhar suplicante como se isso fosse a pio coisa que poderia acontecer.

- Bem feito – Moira suspendeu sua sobrancelha surpresa com o comentário – Tentou me jogar pra cima dele, falando que eu tava sozinha e que ele podia ir comigo, agora é você que vai com ele.

- Jogar o Jeremi pra cima de você? – ela perguntou surpresa.

- Não faz essa cara de santa não Moira. Eu sei que você falou pro Jeremi que eu iria sozinha ao baile e como ele também iria sozinho, era pra nós dois irmos juntos. Confessa, não falou? – eu disse um pouco irritada.

- Não! – Moira franziu a testa em negativa.

- Não?!

Mas ela não me respondeu. Segundos depois Celina entrou no quarto carregando uma sacola na mão e praticamente gritando.

- Sentem meninas que eu tenho um bafão pra contar pra vocês – ela parou na nossa frente, com as mãos na cintura e segurando a sacola na mão.

- A gente já ta sentada Céu – eu respondi.

- Que sacola é essa? É o vestido da Claire? – Moira tentou pegar a sacola, mas a Celina afastou-a.

- É, mas o que eu tenho a dizer é mais importante – ela olhou da Moira ate a mim – Preparadas?

Eu e Moira assentimos. Eu podia dizer por nós duas que a curiosidade começou a nós corroer.

- O Instituto vai ganhar um novo membro – Celina disse fazendo suspense.

- Novo membro? – eu e Moira dissemos simultaneamente.

- Um vampiro – ela simplesmente disse.

Por um momento eu e Moira ficamos em silêncio. Um vampiro no Instituto? Só podia ser brincadeira. Se tinha uma coisa que o Conselho odiava mais que os executadores, eram os vampiros. O acordo feito por ambos só significava um tratado de não agressão, por que fora dos papeis eles mal se suportavam. Agora para o Conselho trazer um vampiro para o Instituto só poderia significar duas coisas, ou era uma mentira, ou era algo muito sério.

- Mentira! – Moira foi a primeira a se expressar.

- Como você sabe disse? – eu perguntei antes de ela responder a Moira.

Celina deixou a sacola no chão, sentou ao nosso lado e começou a explicar.

- Bem digamos que meu fodastico namorado conseguiu essa informação pra mim – ela disse toda orgulhosa.

- Viu? – Moira apontou para Celina – é disso que eu preciso.

- Um vampiro? – eu perguntei sem entender. Celina também pareceu não entender.

- Também, mas não é isso. Eu preciso é de um namorado assim, influente e importante.

- Mas felizmente o Sam já tem dona – Celina disse toda ofendida.

- Não que eu não gosto do Sam Celina, mas ele é muito certinho.

- E o Irial não é? – eu perguntei divertida.

- Mas o Irial é uma exceção – Moira sorriu maliciosamente – Quem precisa ter uma conversa sobre princípios quando se tem aqueles músculos pra se olhar?

Eu revirei os olhos para ela, mas não deixei de concordar. – Ta bom Moira, mas voltando o foco. Por que um vampiro iria vir para o Instituto?

- Pelo que o Sam ficou sabendo o tal vampiro estaria vindo ao Instituto fazer uma investigação em nome do Conselho. Vocês sabem, eles têm aqueles poderes de subjugar e tal...

- Investigação? – eu perguntei meio preocupada – Investigação do que?

- Ninguém sabe. Top secret, babe. – Celina disse se sentindo – Mas isso já explica muita coisa.

- Explica? – Moira tirou as palavras da minha boca.

- Claro. Foi por isso que o Conselho trouxe a melhor executadora pro Instituto, além de explicar melhor como matar um vampiro, ela poderia fazer isso se alguma coisa não der certo.

Na segunda vez no dia outro raciocínio que fazia total sentido. Então foi por isso que a Minogue foi traga para o Instituto. Para regular a atividade de um certo vampiro no Instituto. Mas isso não me preocupava, o que realmente preocupava era o motivo desse vampiro vir pra cá. A investigação provavelmente envolvia os recentes ataques do espectro, o que me envolvia diretamente ao assunto.

- E ele vai vim pra cá quando? – eu perguntei.

- Parece que no dia do baile de iniciação.

- Mas isso é muito propício... – Moira parecia divagar sobre algo.

- Propício? – eu perguntei sem entender – Propício a que?

- Passar ciúmes em certo alguém que me trocou por uma executadora. Nada melhor que um vampiro pra fazer isso.

Eu e Celina rimos. Se tinha alguém que enlouqueceria um homem facilmente seria a Moira, ainda por cima o Irial. Tadinho, eu já estava com dó dele.

- Mas eu preciso saber algo muito importante antes de arquitetar meus planos – Moira se virou para Celina, séria – Como ele é?

Celina abafou uma risada – Isso infelizmente eu não sei.

- A que bom! Fofoca pela metade não é fofoca Céu. – Moira disse indignada. Eu apenas ria.

- A única coisa que eu sei é o nome dele – Celina ignorou o comentário da Moira e continuou – Victor Lefroy.

- Victor Lefroy... – eu repeti inconscientemente.

- Nome de impacto... Presença... - Moira me interrompeu - Já gostei dele!

- E que homem você não gosta Moira? – Celina perguntou debochando.

- Vários... Os chatos, sem graças, menininhos de 20 anos de vida, basicamente, os não gostosos – Moira respondeu.

- Nossa! Isso é mega fácil de encontrar – eu disse ironicamente.

- Eu tenho que te informar amiga que nesse Instituto é fácil de encontrar sim.

Moira se fez de desinteressada e disparou – Se pelo menos você parasse de olhar seu Lucius-divine, você notaria isso.

- Disse à menina que é obcecada com um treinador faz três anos – eu retruquei.

- Eu já entendi. – Celina tentou dispersar a briga – Vocês estão encalhadas, mas não precisam discutir entre si. É ate meio vergonhoso.

- Encalhadas? – Moira me olhou indignada.

- Vergonhoso? – eu olhei para Moira percebendo que pensávamos a mesma coisa – eu vou te mostrar o que é vergonhoso...

Eu empurrei a Celina sobre a cama enquanto a Moira pegava meu travesseiro do chão e a sufocou, mas isso só demorou cinco segundos até Celina nos empurrar manualmente e mentalmente.

- Assim não vale! – eu disse emburrada.

- Como se eu fosse deixar isso acontecer! – Celina arrumava o cabelo e tentava não rir – Mas eu não vim aqui só pra fofocar. Eu também vim pra isso!

Com um movimento rápido Celina pegou a sacola que ela trouxe que estava no chão e colocou em cima da cama.

- Aqui... – ela tirou o vestido da sacola e o ergueu no ar – Experimenta!

Eu e Moira olhamos o vestido. Ela já tinha me mostrado antes, mas assim ele parecia um pouco diferente. Ele costumava ter uma renda preta por cima da malha bege, era um vestido longo, com um decote em v na parte da frente. Ele era justo ao corpo e elegante, mas agora... Agora ele não parecia nada com isso.

- Eu fiz algumas modificações – ela explicou ao ver o meu olhar e o da Moira.

- Eu acho que notei isso. – eu disse sarcasticamente.

- Eu acho que me enganei em relação ao gosto da Celina – Moira disse tão encabulada como eu.

- Experimenta logo Claire – Celina disse empolgada.

- Ta, já vou.

Eu vesti o vestido e me olhei no espelho. Ele tinha alguns bordados ao longo dele, o que destacava as rosas rendadas. Em vez de longo ele estava bem curto, para falar a verdade eu podia ver a voltinha do meu bumbum e o decote em V parecia um pouco maior. Eu estava um pouco sensual demais.

- Agora coloca as sandálias – Celina mandou.

- Sandálias? – eu perguntei surpresa.

- Você acha que eu deixaria o vestido perfeito sem a sandália perfeita? – Celina me perguntou e pegou uma caixa dentro da sacola – Aqui!

Ela me entregou os sapatos e eu os encarei por um momento. Ele era preto, cheio de tiras no estilo gladiador, de salto e com taxinhas pratas. Eram lindos. Eu me sentei na cama e os calcei. Os admirei por um momento enquanto Celina mexia mais uma vez na sacola.

- Espera um pouco – ela se levantou e ficou na minha frente.

Primeiro ela soltou meu cabelo que estava preso, depois pegou uns grampos que estavam em suas mãos e prendeu meu cabelo na lateral, deixando o resto solto. Por último passou um batom vermelho vivo na minha boca e me olhou. Ela parecia orgulhosa de si mesma. Eu me levantei e fui me olhar no espelho. E pela primeira vez em meses eu me achei extremamente bonita.

- Agora te imagina com uma sombra preta, uma maquiagem descente e Tcharã! – Celina disse atrás de mim, enquanto observava o reflexo no espelho.

Nós três ficamos em silêncio observando o ótimo trabalho que Celina havia feito.

- Agora imagina a cara do Conselho quando eles te virem assim! – Moira falou o que eu não tive coragem de dizer – Mas amiga você ta... Linda!

- Talvez eu tenha deixado ele curto demais – Celina avaliou o vestido de novo.

- Talvez? – Moira disse ironicamente.
- Mas isso é fácil de resolver. Só eu colocar uma renda preta na barra...

Porém Celina foi interrompida. A porta do meu quarto foi aberta abruptamente pelo o cara que eu menos queria ver agora.

- Hora do jan... – Lucius parou de falar diante do que via.

Ele me avaliou uma segundo vez, sem disfarçar, mesmo com a presença das meninas. Eu me aproveitei e me virei, dando uma visão melhor. Eu ainda observava sua reação. Ele pareceu engolir em seco. Eu me virei novamente, me fazendo de “a indiferente”.

- Eu acho que assim ta ótimo Céu... – eu olhei do vestido para o Lucius – O que você acha Lucius?

Eu tentava não provocá-lo, mas eu não conseguia. Quando eu via já tinha falado. Ele pareceu tentado a responder, mas não o fez. Invés disso:

– Hora de jantar, ou seja, fora do meu dormitório meninas. – ele disse duramente.

Celina me olhou surpresa e um pouco aborrecida. Já Moira fingiu que ele nem estava lá e disse algo que eu não esqueceria tão fácil.

- Por isso que eu te amo garota – ela se levantou da cama e foi até a mim – Eu pensei que ficaria chocada com a reação do conselho ao te ver assim – ela apontou para mim – mas a reação do Lucius acabou de superar isso.

Eu tentei me controlar e abafar o riso, mas isso só piorou as coisas. Moira pegou a Celina pelo braço e a levou até a porta, deixando sacola, batom, vestido e sandália para trás. Lucius parecia querer enforcar a Moira, mas a Moira não ia parar por ai, lógico!

Ela parou em frente ao Lucius e não satisfeita com o que tinha acabado de dizer, completou – É hora da janta Lucius, mas não é pra confundir minha amiga com um aperitivo e tentar comê-la não, ta?

Moira e Celina saíram apressadas do quarto, rindo e gritando pelo dormitório, não dando tempo de Lucius reagir. O que o deixou bem mais irritado, mas isso não me evitou rir da cara dele. Ele olhou para mim novamente, eu dei de ombros e comecei andar ate a porta. Ele colocou seu braço no patente da porta me impedindo de passar, me olhou mais uma vez, mas dessa vez ele parecia estar no limite.

- Onde você pensa que vai? – ele soletrou cada silaba com maxilar apertado.

- Eu vou na cozinha aqui ao lado. Eu não vou dar a graça da minha presença no refeitório, pelo menos não hoje – eu arqueei uma sobrancelha para ele – Por quê? Você vê algo impróprio na minha roupa?

E lá estava eu de novo provocando ele. Não deveria ser assim. Não mesmo, mas eu não conseguia não fazê-lo. Principalmente vendo como isso o perturbava. Ele tirou o braço da porta e eu pude notar algo em seus olhos azuis. Desejo. Ele parecia dividido em fazer algo ou não. Mas eu não dei tempo para ele e sai do quarto, indo para a cozinha, comer algo e me distrair daquilo que eu também sentia, além do desejo. Saudade.




Eu senti um leve empurrão nas minhas costas. Eu me virei na cama me negando a me levantar. Outro empurrão, mas dessa vez não foi nada delicado. Eu reclamei dessa vez e continuei a dormir. O próximo empurrão foi mais que desagradável, eu quase rolei da cama para o chão. Eu não tive muitas opções além de levantar.

- O que foi? – eu gritei em resposta.

- Tem alguém querendo te ver – Lucius simplesmente disse.

A porta atrás de mim se fechou com a saída do Lucius. Eu me obriguei a levantar da cama e trocar de roupa. Abri a porta na expectativa de ver alguém, mas não havia ninguém que eu poderia ver dali. Fui ao banheiro rapidamente escovar os dentes e molhar meu rosto. Eu ainda estava morrendo de sono, principalmente sabendo o que aconteceria hoje à noite. Eu estaria oficialmente no Instituto, com o Conselho aprovando minha presença, eu juraria ser fiel aos meus ensinamentos e receberia meu colar de iniciação. O símbolo que eu havia aceitado as condições de estar aqui e que saberia lidar com as conseqüências dos meus atos daqui em diante. Mas isso seria só hoje à noite – eu tentei me acalmar. Mal sabia eu que as conseqüências dos meus atos hoje à noite afetariam a minha vida radicalmente.
Saí do banheiro e fui ao encontro da minha inesperada visita. Ela usava um vestido longo, floral, em tons azuis e verdes. Usava seu cabelo amarrado, uma sandália rasteira nos pés e uma grande caixa retangular em suas mãos. Ela se virou para mim percebendo minha presença e sorriu. Conhecia poucas pessoas que eu considerava como uma família para mim e ela era uma delas. Sura. Eu a abracei afetuosamente, ela me abraçou de volta da mesma forma. Eu me sentei ao lado dela no sofá. Ela me encarou por algum tempo, sorrindo, parecendo avaliar meu estado.

- Desculpa te acordar tão cedo Claire – ela acariciou meu braço brevemente – mas eu tinha que falar com você antes de sair do Instituto.

- Sair do Instituto? – eu perguntei confusa.

- É – ela baixou seus olhos até suas mãos e voltou a me olhar novamente - Infelizmente eu não vou estar presente no baile de iniciação.

- Por quê? – perguntei um pouco preocupada.

- Coisas do Conselho - ela parecia embaraçada ao me explicar – um pouco complicado pra explicar agora, mas não é nada de mais Claire.

Ela parecia nervosa, suas mãos estavam juntas e seu corpo tenso. Eu sabia que ela estava me escondendo algo, mas eu não tive coragem de perguntar. Principalmente ao ver o seu estado, ela estava triste eu pude perceber, seus olhos mal me encaravam. Ela parecia se sentir culpada por algo, mas não parecia disposta a compartilhar seus segredos comigo. Eu apenas juntei minhas mãos as dela, simbolizando que eu entendia, mesmo não sabendo o porquê, eu entenderia suas escolhas independentes de qual fossem. Ela segurou minhas mãos fortemente por alguns segundos, me olhando e me agradecendo silenciosamente pelo gesto.

- Eu realmente espero Claire que tudo dê certo esta noite. Eu espero que o tanto o Conselho como o Instituto te aceite como eu te aceitei na minha vida – ela puxou minhas mãos e beijou ternamente minha testa.

- Mas eu não vim só para me despedir – ela pegou a caixa que estava sobre o braço do sofá e me entregou – eu tenho um presente pra você.

Eu peguei a caixa e percebi que ela era mais pesada do que eu imaginava. Tirei a tampa da caixa e vi um fino papel sobre o que parecia uma roupa. Eu olhei Sura sem palavras. Ela estava me dando um vestido e não era qualquer vestido. Desdobrei o papel lentamente com medo de rasgá-lo, depois tentei tirar o vestido da caixa. Ele era grande e pesado. Sura me ajudou a tirar da caixa. Meus olhos se abriram em surpresa. Não havia nada mais lindo do que eu via a minha frente.



******



O dia passou rápido, já que eu passei a tarde inteira no quarto das meninas. Elas tinham improvisado um pequeno salão de beleza lá, então passamos o tempo fazendo as unhas, arrumando o cabelo, limpando a pele e tudo que nós tínhamos direito. Eu já havia esquecido, temporariamente, o meu nervosismo pré-festa. Mas eu ainda não tinha contado a Celina que tinha ganhado um novo modelo de vestido para hoje à noite.
Nós estávamos deitadas no chão do quarto esperando que o esmalte secasse para depois tirarmos a mascara de creme do nosso rosto.

- Você ainda não nos disse como o Lucius se comportou depois que deixamos vocês no quarto sozinhos... – eu já podia ver o sorriso malicioso formando no rosto da Moira, mesmo estando deitada e não podendo ver seu rosto.

- Eu pulei em cima dele e o resto você já sabe.

Ela me acotovelou e eu ri espontaneamente – O que você quer que eu diga Moira?

- A verdade, hora!

- A verdade é bem mais chata. Eu fui para cozinha comer enquanto ele foi ao banheiro tomar banho, depois tomei banho e cada um foi para o seu quarto dormir.

- Eu até imagino o que ele foi fazer no banheiro...

- Moira! – Celina contestou bravamente, Moira riu e eu desconsiderei o comentário e continuei.

- Céu eu também tenho que te falar uma coisa – eu virei de bruços com cuidado para não estragar minhas unhas vermelhas e a encarei – eu não vou poder usar seu vestido.

- Por quê? – ela perguntou surpresa com a minha confissão inesperada – eu sei que ele está curto, mas...

- Não é por causa disso Céu – eu falei na defensiva – a Sura me deu um vestido para eu usar no baile.

- Ela te deu um vestido? Assim do nada? – Celina esqueceu totalmente o que eu tinha acabado de falar e eu assenti, agradecida por isso.

- E como que ele é? – Moira se manifestou.

- É sensacional, mas é surpresa. Só hoje á noite pra você ver, amiga. – eu repeti as palavras que ela tinha me dito um dia antes - e falando em vestido...

Eu me levantei ainda sobe as reclamações da Moira e Celina, elas me seguraram pela perna e eu ria, as puxando.

- Eu tenho que ir me arrumar! – eu tentei não rir e ficar séria – Agora mesmo já é o baile e...

- E você vai sair com essa mascara na cara? E com o cabelo preso assim? – Moira perguntou ainda deitada no chão.

Eu tinha me esquecido da mascara e do meu cabelo. Eu olhei desconcertada para Moira, mas ela parecia ter um plano em mente.

- Eu já sei o que a gente pode fazer – ela se levantou e me olhou – a gente vai arrumar no seu quarto.

- E isso resolve alguma coisa? Nós vamos ter que atravessar o Instituto de qualquer jeito e desse jeito – eu apontei para o meu rosto.

- E você acha que eu me importo? – ela puxou Celina pelo braço e a levantou – Você se importa Céu?

- Não, desde que você não estrague meu esmalte – ela conferiu suas unhas.

- Então podemos ir? – ela me perguntou.

- E suas coisas vão ficar aqui? – eu retruquei.

- Nada que não podemos carregar – ela me disse sorrindo – Além do mais eu tenho que ver a reação do Lucius quando te ver.

- Você que sabe – eu dei de ombros.

Então nós fomos ao meu quarto, carregando os imensos vestidos, sandálias, acessórios, a nécessaire de maquiagem, com o rosto cheio de creme e nossos cabelos prendidos. Felizmente não tinha muitas pessoas circulando pelo Instituto, então quase ninguém nos viu, alem do pessoal da organização da festa. Outro empecilho foi passar pelo jardim externo invés do refeitório, já que era restritamente proibido passar por lá devido à decoração do baile. Mas eu não me surpreendi ao chegar ao dormitório e não encontrar ninguém. Eu não esperava que ele estivesse lá ou que fosse a festa de iniciação. E mesmo assim eu me sentia magoada, decepcionada, eu esperava pelo menos que ele estivesse ali, mesmo que não me falasse nada ou nem me olhasse. Eu esperava que ele não esquecesse o que ele significava para mim. Mas provavelmente ele passaria mais uma noite lutando, mas dessa vez sem a Luisa.
Eu entrei no meu quarto carregando as caixas de sapatos das meninas e as deixei em cima da cama. As meninas me seguiram e fizeram o mesmo. Celina deixou seu vestido sobre a cama e Moira fez o mesmo. Meu vestido estava em um cabide prendido no puxador do meu quarda roupa, envolto por uma capa preta, não deixando o amassar e ninguém ver. Moira foi instantaneamente em sua direção. Eu a impedi que chegasse perto e bati em suas mãos.

- Nem pense nisso Moira! – eu a avisei.

- Mas como você é chata! – ela reclamou.

- Onde eu posso colocar isso? – Celina levantou a nécessaire.

- Em cima da minha escrivaninha – eu apontei com a cabeça.

Foi nesse momento que eu percebi que minha tulipa, que costumava ficar dentro da gaveta, estava no meio da escrivaninha. Celina e Moira pareceram não perceber e mesmo se perceberam não se importaram. Celina colocou a nécessaire sobre a escrivaninha, a abriu, tirou duas escovas de dente de lá e se virou para mim.

- Agora eu vou tomar banho, mas eu esqueci de um pequeno detalhe. Você tem uma... – ela olhou para Moira que ainda olhava meu vestido coberto e voltou olhar para mim – quer dizer, você tem duas toalhas para me emprestar?

- Tem. Esta na gaveta última gaveta, na parte esquerda do quarda roupa, foram àquelas toalhas de banho que você me deu – eu expliquei a ela.

Ela andou ate o meu quarda roupa e tirou as toalhas de lá. Em seguida entregou a toalha e a escova de dente a Moira.

- Eu vou ser a primeira a tomar banho, já que sou eu que vou ter todo o trabalho de nos maquiar – ela saiu do quarto, deixando eu e Moira no quarto.

- Tanto faz. Eu vou assistir tv. Você vai também Claire? – ela me falou já indo para a sala.

- Depois – eu gritei de volta.

Eu esperei ela se afastar e depois encostei a porta delicadamente para que ela não ouvisse. Se ela soubesse disso eu teria que explicar muitas coisas e eu não estava disposta a isso nesse momento. Eu ouvi a TV sendo ligada e segundos depois a Moira gritando “adoro essa música” enquanto ela aumentava o volume do aparelho. ‘Tainted Love’, do Marilyn Manson, ressoou pelo dormitório. Eu também adorava essa música, mas eu tinha coisas mais importantes a fazer agora. Eu fui até a escrivaninha e peguei a tulipa em minhas mãos. Agora ela estava totalmente seca. Eu a recoloquei no lugar. Eu abri a gaveta um pouco hesitante para saber o que estava no lugar da flor. Uma pequena sacola de veludo verde apareceu dentro da gaveta. Eu a peguei e percebi que estava pesada. Eu fui até a minha cama, ainda carregando a sacolinha de veludo, e me sentei. Eu a balancei tentando adivinhar o que tinha dentro. Eu a abri e esparramei o conteúdo sobre a cama. Era a última coisa que eu imaginava. Eram brincos. Eu peguei um e avaliei melhor. Tinha pequenas pedras brilhantes que compunham uma flor de cinco pontas, abaixo havia uma pedra maior em forma de gota. Eu olhei novamente. Mas não poderia ser... Eram pesadas demais para serem replicas e se fossem eram bem feitas. Se eu estivesse certa, eu estaria olhando para um brinco de brilhantes. Eu presumi quais eram as chances que eles realmente fossem de diamantes e conhecendo Lucius eu sabia que havia varias chances de serem. Afinal ele não havia me esquecido.




Moira bateu na porta já impaciente.

- Você já ta pronta? – ela perguntou nervosa.

Eu me olhei e sabia que ainda faltava muito para acabar de me arrumar. Eu usava apenas calcinha, um sutiã tomara que caia e a sandália que eu tinha ganhado da Celina. Eu já deveria estar pronta, mas o nervosismo tinha voltado. Eu não podia mais segurar elas aqui. Nós passamos duas horas nos arrumando. Celina e Moira já estavam prontas. Elas estavam lindas, cada uma em seu estilo. Celina vestia um vestido longo com uma estampa floral, em tons amarelos, brancos e rosa-avermelhado. O tecido leve foi torcido na parte da frente formando um delicado decote, a baixo dos seios havia uma fina fita de cetim branca amarrada que combinava com a fita branca que Celina havia amarrado no cabelo. Seu cabelo estava preso em um lindo penteado, sua maquiagem era leve, sombra bege com um fino traçado de delineador e nos lábios apenas brilho. Sua sandália era prata com um pequeno salto, ela usava um brinco de perola e só.
Já Moira usava um vestido de cetim com estampa preta e bege-escuro em zig-zag. Ele era frente única, com um lindo decote nas costas, o vestido era sustentado no pescoço por uma corrente grossa dourada e tinha um tecido grosso preto trançado na cintura. Suas sandálias lembravam as minhas, era pretas, mas tinham poucas tiras, eram um pouco mais altos e não tinha taxinhas. Sua maquiagem já era mais pesada, usava sombra preta e um batom snob, seus brincos eram dourados e longos. Só na maneira de se vestir já poderia se notar como elas eram diferentes, mas nesse momento elas pareciam do mesmo jeito. Irritadas.

- Podem ir meninas. Eu me arrumo sozinha – eu as dispensei antes que elas me espancassem.

- Você tem certeza? Não precisa de ajuda? - Celina me perguntou.

- Tenho, podem ir.

- Isso é só para gente não ver o vestido, ne? – Moira perguntou, mas eu não respondi – Espero que o esforço valha a pena. Então a gente se vê no salão.

- Ate então – Celina se despediu.

Eu ouvi a porta sendo fechada. Meu corpo relaxou instantaneamente. Eu deveria estar pronta. Agora mesmo seria a apresentação dos iniciantes e eu ainda estava aqui de calcinha, sutiã e sandália. Eu me olhei no espelho. Eu me parecia outra. Eu não usava sombra, apenas um leve delineador preto, em minha boca havia um batom vermelho vivo, o mesmo que eu usei no outro dia e meus cabelos estavam soltos levemente ondulados. Eu me levantei e peguei o vestido do cabide. Ele era pesado, mas eu consegui tirá-lo do saco preto. Abri seu zíper lateral e o baixei ate meus pés. Depois coloquei pé ante pé, tomando cuidado para não sujá-lo com minhas sandálias, e o suspendi, fechando o seu zíper. Fui ate minha escrivaninha, abri a gaveta esquerda e tirei os brincos da sacola verde. Eu os coloquei, repassando em minha cabeça o que aconteceria aqui. Eu deveria continuar no Instituto mesmo com os ataques? Mesmo com meu envolvimento mal resolvido com o Lucius? Mesmo percebendo que eu estava me afastando da minha irmã? Mesmo sabendo que havia segredos demais para serem revelados? Eu não queria admitir, mas eu já sabia a resposta. Sim.
Eu me olhei no espelho pela última vez, conferindo se nada estava fora do lugar. A parte inferior do vestido era muito pesada devido à quantidade de tecido por baixo da saia, o que o deixava bastante amplo e rodado. Ao longo da barra havia bordados delicados de pequenas flores que se torneavam pelo vestido branco, com tons verdes e vermelhos, mas que mal se poderia notar. Já a parte de cima era justa ao corpo, parecido com um corpete, que delineava os seios até o meio da sua volta. Também era branco com detalhes florais bordados a mão. Eles apareciam mais perto do decote e ganhavam pequenos cristais em volta do seio. Eu não poderia descrever tamanha perfeição e em meu corpo parecia ganhar vida, contornando nos lugares certos e se ajustando ao meu tamanho.
Eu respirei profundamente e me despedi do meu quarto. Já era hora de enfrentar meu destino, ele querendo ou não.



A porta principal do refeitório estaria fechada devido ao palco improvisado que montariam ali. Então eu entrei pela porta próxima ao ginásio. Eu abri a porta lentamente tentando não chamar atenção, mas não adiantou muito. Mesmo os iniciantes já se apresentando no pequeno palco, isso não impediu que todos olhassem em minha direção. Pareciam ate que esperavam minha chegada. Ouvi alguns burburinhos e olhares indiscretos. Mas todos, todos, pareciam surpresos e encantados com minha presença. Eu senti algo dentro de mim crescer. Confiança. Meus passos eram lentos, eu sorri para todos que me olhavam, sendo simpática. Enquanto alguns acenavam á distância eu observei a decoração do salão. As mesas de granito haviam dado lugar para mesas decoradas em tons brancos e vermelhos. No centro de cada mesa tinha um pequeno arranjo de flores, com galhadas brancas ganhando destaque. As janelas laterais estavam cobertas por imensas cortinas transparentes vermelhas. Ao fundo havia a mesa com a comida, sendo servidos por utensílios de prata. Ao longo do salão foram colocadas velas em castiçais de prata, dando um toque de antiguidade. Era tudo lindo. Eu cheguei à parte em frente ao palco e vi minha irmã. Ela estava linda em um vestido de cetim preto frente única, era justo, com formato de calda de sereia. Mas nada se comparava com o efeito que dava ao contraste de suas asas brancas e seu vestido negro. Eu havia visto asas, mas não havia reparado em nenhuma em especial. Ali tinha vários anjos, cada um com suas asas e histórias, mas não me importava.
Eu olhei o palco e percebi que minha irmã estava chamando os iniciantes, cada um a sua hora. Eles subiam rapidamente, cumprimentavam o Conselho e recebia o colar simbolizando sua iniciação no Instituto. Prontamente alguém, da família ou amigo, o buscava e ele descia.

- Claire Bauer – Bianca disse sorridente.

Então meu nome foi chamado e eu me senti gelar. Todos me olharam instantaneamente. Eu suspirei e comecei ir em direção ao palco. Tudo parecia passar em câmera lenta. Eu subi ao palco e minha irmã me abraçou. Ela me deu os parabéns brevemente e me virou para colocar meu colar. Eu senti o frio tocar minha pele quando a corrente de prata deslizou pelo meu pescoço. Eu olhei o pingente rapidamente. Era um trisquel, igual ao que estava no meu pulso, só que menor. Eu me virei para Conselho que estava sentado atrás de uma grande mesa comprida. Era cinco no total, todos eram anjos de nascimento. Eu sabia apenas os seus nomes. Anne foi a primeira que cumprimentei, depois Ariel, Dalila em seguida, Eliel e por último Samuel. Eu não poderia descrever suas fisionomias porque desde que meu nome foi dito tudo passou como um borrão. Eu me virei indo em direção à pequena escada. Tropecei sobre o vestido antes de chegar lá. Eu tentei disfarçar, mas quando eu olhei a multidão, eu me paralisei. Desta vez não haveria ninguém para buscar essa iniciante. Bianca não me desceria, Sura nem estava ali para me ver e Lucius não havia aparecido o dia inteiro. Eu engasguei tentando conter as lágrimas. Eu me sentia sozinha, por falta de uma coisa básica na vida de qualquer ser humano. Família. Eu recolhi meu vestido na tentativa de não tropeçar novamente. Eu olhei o chão para ver onde eu pisava. Uma segunda olhada a minha frente e eu percebi que o publico se dispersava. A apresentação havia acabado. Mas então a multidão se abriu repentinamente com a invasão de um lindo homem. Ele usava um terno cinza riscado e sapatos sociais. Ele parecia serio, mas seus olhos azuis estavam focados em mim. Ele andou em passos rápidos, mas ninguém pareceu perceber. Ele andou ate a mim, subindo os degraus e parando a minha frente. Uma música começou a tocar ao fundo, lenta e compassada.
Lucius ofereceu sua mão para mim, como apoio. Eu me vi sorrir abertamente para ele, agredecida e feliz, feliz como eu esperava que eu estivesse hoje, mas não tinha esperanças que acontecesse. Ele sorriu de volta e chegou sua mão mais próxima a mim. Eu coloquei minha mão sobre a dele e dessa vez aceitei o seu melhor presente. Sua presença.

13 comentários:

  1. se preparem que o proximo cap vai ser tenso. ;D

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  2. Vai demorar muitoo?? hehehehehe. To looouca pra ler!!

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  3. Vaaai demorar mt Kyara ??
    Ta otimo menina , continue escrevendo

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  4. Ah!!! adorei, mto lindo!!! ele fez mistério até o fim!!! e acho q agora a coisa vai pegar com esse vamp chegando no instituto!! E oq será q o Lucius e a Minogue andam fazendo pra se machucarem tanto!? E a Sura tb!? Acho q tudo tah ligado com quem quer matar a Claire!!!!!
    Ansiosa por mais!!!!
    Mto bom Kyara!!!! Escritora nata!! rsrsrsrsrs

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  5. AAAI, ainda pra nos deixar mais ansiosas vc fala que o próximo capítulo vai ser tenso? pqp.
    AUHSAUHASHUASHUSA


    Amei esse capitulo, geeeente. Tantos mistéiros, *-*
    Amandoooo o livro ;D

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  6. gente eu posto mais domingo ou segunda. e brigada meninas ;D

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  7. Own!! ameei!

    "- Eu até imagino o que ele foi fazer no banheiro... "

    Eu ri demais com essa

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  8. tudo bem Kyara, estaremos esperando né *---*

    Tá ótimo o seu livro, parabéns :D

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  9. muito lindo!! preciso de mais Blind!

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  10. OMG!!! O Lucius de terno...sem palavras.
    Kyara o livro tá lindo, vc tem o DOM.
    Esperando por maaais....

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  11. *-------------* so uma palavra "PERFEITO"

    Muito boom Trabalho Kyara

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  12. Esse cap foi D+++ ,pensei que o Lucius não iai ir , e cada vez mais ele me deixa confusa , muita coisa vem por ai !! Esperando ansiosa pelo prósimo cap ! parabén Kyara vc tá escrevendo super bem ,a história é envolvente e cada vez fica melhor !!

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