domingo, 2 de maio de 2010

Capítulo 8 - *Passado:

A.Meu.Deus!!! As cicatrizes.

Eu observei a figura que estava a minha frente. Suas mãos estavam apoiadas no chão devido à colisão, ele estava agachado e seu corpo estava inclinado para frente. Mas não foi isso que me assustou. Lucius estava sem sua camisa, então eu tinha uma boa visão de suas costas. E havia as cicatrizes. O ar nos meus pulmões foi suprimido por um momento. Um silêncio crescente foi se instalando na cozinha enquanto eu encarava suas costas. Minha mão correu o caminho de uma de suas cicatrizes, mas sem eu o tocar. E mesmo assim os pêlos dos meus braços se arrepiaram. Nesse momento eu sofri, mesmo que pouco, o que ele tinha sofrido quando as recebeu.
As cicatrizes variavam de tamanho e profundidade, mas havia duas que se destacavam. Elas cobriam toda a dimensão de suas costas em forma de um V. Elas pareciam estar em carne viva, se destacando da pele, um ferimento sem total cicatrização, mas eu sabia que não eram recentes.
Ele tinha recebido a punição. Esse tipo de cicatriz só era recebida por aqueles que tinham desobedecido ao conselho ou por aqueles que eram expulsos. Especificamente por aqueles que tiveram suas asas arrancadas. Um anjo caído.
Mas ele não havia sido expulso, ele tinha pedido deserção! Ou talvez não.
Idéias começaram a se formar em minha cabeça e tentei entender o porquê dele tê-las recebido. Eu não conhecia o passado de Lucius, de onde ele tinha vindo e porque foi designado há alguns anos atrás para me proteger. Havia os motivos óbvios: o meu dom, os ataques que eu sofri no orfanato e o fato da minha irmã ser levada de mim. Mas havia algo naquela situação que me dizia que havia algo a mais, na forma que ele agia antigamente e a maneira como ele me tratava agora.
Por todo tempo que eu convivi com o Lucius eu pensei que conhecia um pouco dele, mas talvez eu estivesse enganada, talvez fosse só uma ilusão assim como eu pensava no princípio. Apenas a imagem de um anjo que me encarava pela minha janela, e por mais que eu tentasse, nunca conseguia tocá-lo, não verdadeiramente.
Ele parecia tão perdido como eu. A porta do armário a sua frente ainda estava aberta e o liquidificador também. Ele restabeleceu seu equilíbrio e pegou o liquidificador, se levantou sem olhar em minha direção, colocou o liquidificador na pia e o ligou na tomada. Eu ainda estava a seu lado, em silêncio, absorvendo tudo o que eu tinha visto. Ele tentou por um tempo fingir que nada tinha acontecido, mas eu não facilitei as coisas. Ele colocou suas mãos na beirada da pia e apertou os punhos, sua cabeça abaixou por um instante e sua respiração ficou mais pesada.
Por mais que eu tentasse aquele sentimento de remorso ainda estava em mim, eu deveria ter fingindo não ver, fazer o teatrinho que ele tinha feito, mas eu não consegui. Ele me olhou de soslaio e deve ter visto minha expressão de dor. Eu pude ver, mesmo que por segundos, que em seus olhos refletiam a mesma dor que eu sentia.
Ele soltou a pia e andou vagarosamente em minha direção, ele parecia querer me consolar, mas não fez nada para demonstrar isso. Ele parou em minha frente e me encarou. Eu levantei meu rosto para ver nitidamente seus olhos. O silêncio pairou entre nós. Durante todo esse tempo eu tentei evitar o fato que ele estava sem camisa, mas isso foi até ele dar mais um passo em minha direção e eu perder meu autocontrole. Eu baixei meus olhos de seus olhos até sua boca, então de sua boca para seu pescoço, do pescoço a seu peito e do seu peito ate sua barriga. Perfeição era a única palavra que poderia descrevê-lo. Seu tronco era afilado, seu pescoço era grosso e seu peitoral todo definido, mas não de forma exagerada. Eu poderia contar os gominhos do seu abdômen. Um desejo incontrolável se formou em mim: eu queria beijar sua boca enquanto minhas mãos contornavam seu corpo, eu queria passar as pontas dos meus dedos sob suas cicatrizes e curá-las com meu toque, eu queria me consumir nesse fogo crescente e me entregar a esse desejo. Eu dei um passo a mais e ficamos a centímetros um do outro.
Minha respiração atingiu o mesmo ritmo que a do Lucius, descompassada e acelerada. Eu pude sentir a mesma fome que eu sentia enquanto seus olhos baixavam sobre meu corpo. Eu ainda estava enrolada apenas em uma toalha, sem nada por baixo. Normalmente isso me desencorajaria, mas nesse caso só me incentivou. Minhas mãos espalmaram sobre seu peito e eu vi seus olhos fecharem. Eu deslizei minhas mãos sobre sua barriga e o observei enquanto fazia o processo. Ele gemeu baixo enquanto eu me aproximei mais e encostei meu corpo junto ao seu. Suas mãos fecharam sob meus braços suavemente, me forçando mais a ele. Minhas mãos foram para sua nuca e eu me levantei nas pontas dos pés para alcançar sua boca. Rocei meus lábios aos dele e o seu desespero aumentou. Suas mãos foram dos meus braços a minha cintura. Eu senti o impacto quando ele me puxou até a pia e me levantou para que eu sentasse nela. O peso do desejo cresceu quando suas mãos foram da cintura ate a minha coxa, ele alisou levemente para que eu as abrisse e ele ganhasse espaço entre elas. Ele se alojou ali e segurou a base da minha nuca. Eu fechei os olhos esperando um beijo, mas ele não o fez. Eu pude ouvir sua risada baixa enquanto ele aproximou seu rosto do meu. Ele beijou gentilmente minha bochecha esquerda, o meu nariz, o canto da minha boca, mordiscou meu queixo e beijou a base do meu pescoço. Minha respiração parou enquanto suas mãos deslizavam da minha cintura até a base do meu seio, ainda sob a toalha, e minhas pernas tremeram quando ele beijou novamente o vão do meu pescoço onde meu sangue pulsava. Eu não poderia conhecê-lo realmente, mas estava disposta a começar isso.
Minhas mãos baixaram da sua nuca até suas costas, eu deslizei as pontas dos meus dedos sobre as pequenas cicatrizes no topo de suas costas. Deslizei minhas mãos do topo até em baixo e senti sua maior cicatriz ganhar vida sob minhas mãos. A gema do meu dedo indicador começou suavemente a deslizar sob a cicatriz maior. O corpo de Lucius se enrijeceu sob meu contato e eu me amaldiçoei por isso. Ele tirou sua mão esquerda da minha nuca e segurou meu pulso fortemente, mas sem machucar.

- NÃO! – ele vociferou para mim. Seu rosto estava longe do meu e a outra mão sob minha coxa.

Eu olhei para ele silenciosamente perguntando Por quê? Ele se afastou de mim e me observou. Nesse momento eu tive consciência que estava apenas com uma toalha em cima da pia junto com Lucius. Não que eu não tivesse gostado, mas não era a maneira certa de chegar até ele. Eu baixei da pia e ajeitei minha toalha a meu corpo. Eu o olhei novamente pedindo explicações, mas ele só me olhou de volta com raiva.

- Não é da sua conta – ele simplesmente me disse. Suas mãos se fecharam, então ele se virou e foi em direção à geladeira pegar sei lá o que. Ele novamente fingiu não ter acontecido nada, mas dessa vez eu não aquentei simplesmente ficar ali enquanto ele me ignorava. Eu o olhei pela última vez e fui para o meu quarto.

A porta do meu quarto ainda estava aberta desde que eu fui ao banheiro. Eu olhei detalhadamente toda sua extensão. Ele tinha arrumado tudo como eu gostava. Talvez eu não o conhecesse, mas ele me conhecia bem. Eu andei lentamente até minha cama tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Nós sempre parecíamos estar a um passo de uma loucura, seja de raiva ou amor, mas nunca passávamos do limite. Porém não foi assim hoje. Eu o havia incitado e ele tinha aceitado isso de bom grado. Eu fechei a porta atrás de mim e sentei sobre minha cama desarrumada. Minhas mãos ainda tremiam e meu corpo ainda não tinha se acostumado com a ausência das mãos de Lucius. Me deitei na cama tentando acalmar meus nervos. Minha respiração foi se acalmando lentamente. Eu olhei de esguelha o relógio sobre a escrivaninha. Oito e quinze. Droga! Eu estava atrasada. Me levantei apressadamente e vesti minha roupa. Calça jeans azul e uma regata verde. Penteei meus cabelos que estavam molhados e os prendi em um rabo-de-cavalo. Ainda bem que era aula da Helena, ela dava aula de filosofia existencial: a origem dos anjos na terra e as conseqüências desse ato – a criação dos Nefilins. Nós ainda estávamos no início da matéria, então eu não teria perdido tanta coisa.
Calcei meu all star preto rapidamente e arrumei meus livros e cadernos na minha mochila preta e branca de vaquinhas. Passei meu lápis de olho e me olhei novamente no espelho. Eu provavelmente teria que passar de novo pelo Lucius na cozinha, o que seria estranho e constrangedor. Ignore-o – eu pensei. Eu não vou conseguir ignorá-lo. –Então corra!
Eu me desloquei da frente do meu armário e fui para porta. Segurei a maçaneta fria da porta e fechei meus olhos. É só andar um pouco mais rápido. Eu abri meus olhos e comecei a abrir a porta. Corra, corra, corra, cor... – Lucius!
Ele estava à frente da minha porta com ar sério e as mãos cruzadas sobre o peito. Ele ainda estava com suas calças, mas desta vez, infelizmente, com uma camiseta preta. Eu senti meu estômago remexer relembrando as recentes cenas na cozinha. Concentra-se nas palavras, Claire.

- Esqueci de te falar. Treino hoje depois das aulas matinais.

- Mas hoje à tarde eu tenho aula...

- O Irial já liberou você da aula dele – ele me interrompeu.

- Mas você...

- O Jace vai me substituir hoje – ele disse me interrompendo novamente.

Eu fiz uma careta. Eu tinha que ter pelo menos um mês pra tentar esquecer o que tinha acontecido na cozinha. E ele estava me dando apenas cinco horas pra acostumar com a idéia de treinarmos juntos. Depois eu o agarrava na quadra e iam me chamar de louca, ou coisa pior.

- Eu sou vou demorar um pouco pra pegar minha roupa de treino e pra almoçar – eu disse segurando a alça da minha mochila tentando desvanecer minha raiva.

- Eu já peguei sua roupa de treino, está no seu armário. E você tem meia hora pra almoçar. – ele disse e se virou andando de volta pra cozinha.

Meia hora de almoço?! Talvez quando eu vomitasse nele, ele mudasse de idéia. Mas eu não tinha tempo pra contestar isso, eu estava atrasada para aula. Eu voltei para meu quarto e peguei minha roupa de treino sem dar uma segunda olhada. Passei pelo corredor e dei minhas costas para cozinha, indo direto para porta, sem olhar o rosto do Lucius.
A raiva me atingiu quando ainda estava indo pra classe. Eu lembrei de como ele estava frio e ausente enquanto eu estava totalmente abalada com a situação. Pensando bem ele tinha agido estranho de manhã. Começando pelo fato que ele não me ouvir chegar ou não desviou do meu chute hoje de manhã e depois ele parecia estar perdido como se algo tivesse acontecido, além do fato de eu ter visto suas cicatrizes, e finalmente ele tinha perdido o controle como ele nunca tinha perdido antes. Ele agiu de uma forma estranha, mas eu tinha gostado. Eu ri baixo lembrando do que eu tinha falado ontem à noite. Eu teria que treinar melhor meu jeito de pedir de desculpa.

Eu abri a porta rapidamente tentando não fazer barulho.

- Desculpa ao atraso. – eu disse a Helena.

Mas ao invés de uma pessoa na frente da classe, tinha duas. Eu pensei que todos me olhariam nesse momento, mas eles estavam focados na figura que estava ao lado de Helena. Helena era baixinha, com olhos negros e cabelos loiros escuros. Não apresentava ter mais de 34 anos. Ela vestia um vestido longo bege e tinha seu cabelo preso. Ela não era um anjo como a maioria dos mestres e sim uma principado. Foi por sua vasta experiência que ela tinha sido convidada a dar aulas no Instituto.

- Pode se sentar, Claire – ela disse educadamente.

Eu vi a estranha ao seu lado me dar uma atenção maior quando meu nome foi dito. Ela parecia estar feliz com a notícia de saber quem eu era. Eu me sentei no fundo da sala, dando um ‘oi’ silencioso pra Moira e pra Celina que eu estavam mais a frente.
Eu voltei minha atenção pra aula. A mulher que estava ao lado de Helena tinha um rosto oval e feições fortes. Sua pele era morena, seus cabelos eram longos e negros e seus olhos eram grandes e negros. Ela usava um jeans preto bem justo, uma sandália fechada de salto alto e uma camisete branca. Suas mãos estavam cruzadas para trás e seus pés levementes separados. Só pela sua postura eu sabia que ela era um principado formado.

- Como eu dizia a matéria de filosofia existencial será dividida entre mim e a senhorita Minogue. Eu fiquei incumbida de dar aula sobre os Tempestades e suas diversificações na terra. E a senhorita Minogue ficou coma parte de Nefilins. Luiza... – Helena deu a palavra para morena a seu lado.

Luiza, como Helena tinha dito, começou a falar, mas eu não dei a mínima atenção. No momento que Helena tinha dito o nome Minogue, eu parei de ouvir. Assim como toda a turma, eu sabia muito bem o que aquele sobrenome significava. Ela não era um principado e sim uma executadora. Os executadores eram principados que tinham desistido do seu destino de proteger anjos e resolveram caçar o que nos perseguia. Eles caçavam demônios, anjos caídos, djins, espectros e vampiros. Executadores eram lendas entre os novos principados. Eles agiam sozinhos sem ajuda de ninguém e muito menos do Instituto. Normalmente o Instituto também não gostava de envolver seu nome com esses desertores, mas parecia que isso não os impediu de chamar um deles pra nos dar aula. Mas não era só isso. Eles tinham chamado Luiza Minogue. Eu passei a aula inteira pensando como seria ter a executadora mais foda dando aula pra gente.




- Ca-ra-lho! Luiza Minogue vai dar aula pra gente. Deu pra entender isso?! A Minogue nossa treinadora. – Moira nos disse, eu e Celina, com todo seu entusiasmo.

Eu a encarei de volta.
- Imagina acordar toda manhã e saber um pouco de como é matar um vampiro ou como acabar com um demônio. E não através de livros e sim de histórias que realmente aconteceram. – Celina disse ao meu lado.

- Alguém notou que ela tava olhando demais pra mim? – eu disse encucada. Ela tinha passado maior parte da aula me encarando como se fosse algo divertido a se fazer.

- Eu reparei nisso, foi até meio estranho – Celina me disse.

- Oi!? Ela é Luiza Minogue, ela pode fazer o que ela quiser, colega! – Moira me disse rindo.

Eu e Celina rimos.

- Falando em estranho, porque você se atrasou? – Moira me perguntou.

- Longa história – eu tentei disfarçar.

- Então quer dizer que tem uma história? – Moira retrucou.

Eu a cutuquei com meu cotovelo. Ela só riu em resposta.

- Aaaah. Mas é agora mesmo que eu quero saber como é passar a noite com o Lucius.

Eu ri sem graça lembrando do que tinha acontecido.
Nós entramos no refeitório e avistamos Sam e Jeremi que estavam no canto do salão em uma mesa nos esperando, já com suas bandejas. Nos entramos na fila de refeição.

- Aí como foi? – Celina perguntou curiosa.

- Bem eu dormi...

- Pula o papo furado e chega à parte interessante. Aconteceu alguma coisa? – Moira perguntou.

- Claro que não. – eu disse na defensiva.

- Você tem certeza disso? – Moira perguntou desconfiada.

Eu apenas a encarei de volta.

- Claire – Alguém falou hesitante atrás de mim. Eu olhei para trás e deu de cara com minha irmã.

- Bianca! – eu disse eufórica . Eu a abracei fortemente agradecida por ela me salvar das meninas. Eu queria contar a elas, mas ainda não era o momento certo.

- Eu posso conversar com você – ela disse um pouco séria. Eu a encarei preocupada e assenti. Enquanto eu ia para uma mesa próxima à fila, eu pude ver moira sibilando pra mim “não passa da próxima”. Eu simplesmente dei de ombros e sorri pra ela.

- E aí, já melhorou? – ela me disse com um sorriso sem graça. Ela estava preocupada e eu sabia disso.

- Com ajuda de Camille foi mais fácil. Você sabe... – eu me referi ao dom que Camille possuía.

- Ainda bem. – ela tirou suas mãos debaixo da mesa e segurou as minhas. Agora eu estava preocupada.


- Ta animada pro baile de iniciação? – ela ainda estava sorrindo. Eu estranhei a mudança de assunto, mas continuei.

- Claro! Eu, Celina, Moira e Single Ladies. – ela me olhou confusa. Eu dei de ombros – Esquece a parte das Single. Mas sim eu to bem animada. Por quê?

- Claire, eu sei que eu disse que iria estar na sua iniciação...

- A não! Você vai me deixar sozinha no palco? – eu perguntei indignada.

- Não é bem assim. – ela tentou suavizar as coisas – O instituto me convidou para apresentar a festa e eu aceitei.

- Então você vai estar lá, certo?

- Vou, mas não vou poder estar ao seu lado na hora da passagem.

Eu lhe lancei um olhar de descrença. Bianca era minha irmã gêmea, não idêntica, mas eu sentia uma forte conexão com ela. Mas desde que ela se foi do orfanato as coisas não foram às mesmas. Ela mal me visitava e agora estava falando que não poderia participar da parte mais importante da iniciação: minha apresentação ao conselho.

- Você não pode simplesmente me deixar sozinha na minha apresentação! – eu disse brava e magoada.

- Você sabe como o conselho é, Claire. – ela disse tentando me convencer da situação.

- É. Eu sei. – eu me levantei da mesa e peguei minha mochila que estava encostada na cadeira.

- Você mudou de dormitório. – ela disse mais séria e brava – Foi pro do Lucius.

Uou. Ela tinha mudado de assunto de novo e sem aviso algum.

- E...? – eu disse indiferente.

-Eu fui essa manhã no seu dormitório conversar com você sobre esse assunto, mas você estava tomando banho.

Eu esperei que ela chegasse a alguma conclusão.

- Ele parecia estranho, Claire – ela pareceu hesitante – Só... Só tome cuidado.

Eu a olhei desconcertada. Tomar cuidado com o Lucius?! Ela me deixou sozinha por anos e único que esteve lá pra me acalmar depois das minhas visões foi ele. Ele era praticamente meu protetor e ela estava me mandando ter cuidado. Eu a olhei com suspeita. Ela parecia saber alguma coisa do Lucius. Mas eu estava nervosa de mais pra discutir a questão “como você sabe disso?” Isso teria que ficar pra próxima. Se visse ela novamente, claro!

- Falando em Lucius... Eu tenho um treino com ele agora. – eu disse zangada.

-Mas você nem almoçou?! – Bianca me olhou brava.

- Perdi a fome.

E antes que eu falasse algo que ela não gostasse, eu saí do refeitório.

Eu atravessei o corredor que dava ao ginásio rapidamente. Eu já estava quinze minutos atrasada. De novo. Lucius iria me matar! Com toda aquela disciplina e rispidez, ele me faria dar cinqüenta voltas na quadra antes de começar o treino. Eu cheguei à porta do ginásio respirando fundo, abri minha mochila pegando minha roupa pra trocar. Eu iria ao banheiro trocar de roupa e não daria explicações e só! Se prepara!Eu abri a porta.
Uma risada forte e longa soou no meio da quadra. Eu reconheci essa risada. Era do Lucius. Era uma raridade quando ele ria, mas quando acontecia... Eu tentei me concentrar nos fatos e não no meu desespero de saber o porquê de ele rir tão abertamente. A porta atrás de mim se fechou e com isso um barulho se espalhou pela quadra. Lucius se virou para mim e eu pude ver quem estava atrás dele.
Ela ainda usava seus jeans apertados e feições fortes. Luiza Minogue.
Ela olhou diretamente pra mim, ainda se recuperando da risada que compartilhava com Lucius. Eu senti minhas mãos se fecharem em punhos sobre minha roupa. Ela passou uma de suas mãos no ombro de Lucius e diferente da reação que eu esperava, ele se sentiu cômodo com o gesto. Como ela se atreve... AH!
Eu a idolatrava até o momento de ver essa cena. Eles pareciam íntimos de alguma forma. Ele riu com ela e não dela, como ele fazia comigo.

- Então você é a menininha que inferniza a vida do Lucius? Claire? – ela perguntou divertida.

Suas mãos já estavam soltas, ente a seu corpo. Ela andou em minha direção, com alguns metros nos distanciando. Era melhor ela manter distância ou eu ia pular nela agora mesmo. Menininha?!
Eu não respondi, mas ela já sabia a resposta.

- É muita coincidência – ela olhou de mim para o Lucius, que não disse nada.
Antes de perguntar que coincidência era essa, ela continuou.

- Então é você que vai me substituir? – ela perguntou me olhando de cima a baixo. Essa executadorazinha de m...

- Substituir?! – eu perguntei tentando entender o significado das palavras.

- O Lucius não te contou?! Eu era a dupla dele nas aulas de treino. – ela disse com um sorriso irônico aparecendo em seu rosto.

E desde quando Lucius tinha uma dupla de treino? E com uma Minogue? Eu olhei para Lucius sem entender nada. Ele apenas arqueou uma das sobrancelhas mostrando que não iria me explicar nada.
Um sentimento de magoa me atingiu diante do simples fato que se concretizou aqui: eu nunca conheci realmente Lucius. E nem o seu passado.

8 comentários:

  1. Meldels, coitada da Claire! Eu não aguento mais a bipolaridade do Lucius. Credo!
    Uma hora tá "sinais" p/ Claire que é louco por ela dps só dá patadas!

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  2. Deuss ! Adorei esse cap a dupla do Lñucius ,eu queria saber o que a irmã da Claire sabe !! Realmente bom esse!1
    Posta mais !!1

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  3. AAh que PERFEITOO *-* E Wow Que tal de Luiza mais Put* >:| Menininha o Caralh* >:| Mas enfim .. vc nao vai mais demorar Tanto pra postar neh Ky ? Tipo ta tudo perfeito continua assim ;D

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  4. Meldels, coitada da Claire! Eu não aguento mais a bipolaridade do Lucius. Credo!
    Uma hora tá "sinais" p/ Claire que é louco por ela dps só dá patadas! [2]

    Tipo em algumas vezes é legal e tudo mais quando um cara fica me dando patada TODA HORA tipo eu simplismente passo a Odiar ele *+* .... Eu nao quero odiar o Lucios [8 .. Mas se ele nao se entregar uma hora e parar de dar tanta mancada com a Claire e vou começar a me irritar com ele >:-|

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  5. Tadinha da claire!! ah, já não gosto dessa luiza! e to com raiva do lucius tambem, que cachorro!

    Necessito de mais capitulos!^^

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  6. Adoreeeeeeei esse capítulo. :D


    E odieeeo essa Luiza já, humnmnmnn... ela toda amiguinha do Lucius.
    mistérios, mistérios.

    Não demora pra postar outro naaao *-*

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  7. Luisa "BITCH" Minogue >> odio mortal a 1ª vista!!! kkkkkk
    Pq tds as biskas tem q ser lindas?? Assim a Claire vai morre de ciume!!
    Coitada...vai ter q aguentar ela!!!

    Ky, seu livro eh incrivel, viciei!!!!!

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