segunda-feira, 12 de abril de 2010

Introdução - *Lucius(Passos):

*Lucius(Passos):

Ele era consciente da presença de alguém no quarto. E sabia bem quem era. Seu cheiro agridoce do xampu, os passos fracos e alargados da sua sapatilha, o suave mexer dos lábios a cada passo que dava em sua direção. Mas ele não deixaria que ela percebesse que ele estava acordado. Ele queria saber qual seria o seu próximo passo.

Ele sentiu sua hesitação a beira da cama, cheirou seu medo, próxima demais - ele pressentiu. Mas já era tarde.

Ela se afundou em seu colchão, em cima do seu lençol, ao lado dele em um movimento lento e calculado. Ela quebrou distância com poucos movimentos. Primeiro suas pernas se encaixaram perfeitamente com as deles, mas sem se encostarem. Depois seu ventre de lado se contrapôs a sua barriga de bruços. E por ultimo sua face esquerda encostou no travesseiro dele para encará-lo.

Sua posição fez com que sua presença ficasse mais real para ele. A essência dela ia alem do agridoce, vinha com cheiro leve e marcante ao mesmo tempo – cheiro de tulipas, as flores que ela tanto gostava agora estava dentro dele, marcando e ferindo-o. Ele também podia sentir seus estranhos olhos cravando-se nele, estudando-o, comendo-o. Aqueles estranhos olhos azuis – apenas quem tivesse o privilegio de contemplá-los poderia notar a diferenciação das cores.

Mas o que o matava era o roçar dos longos cabelos negros dela na palma da sua mão, movimento simples e sem intenção, que o queimava sob a pele. Porém não mais do que ela fez em seguida.

Ela se afundou um pouco mais nele. Afundou uma das suas mãos no curto cabelo dele. Parecia contar os curtos tocos de seu cabelo raspado. Acariciava seu rosto com o movimento circular do pequeno polegar dela. Passava suavemente seu polegar sobre o lábio inferior dele, provocando-os mutuamente.

Ela captava cada pedaço dele e ele necessitava de cada pedaço dela. Ela sentiu o peso da necessidade de ambos, ela precisava de mais.

Os dedos dela tremulavam quando escorregaram do alto da cabeça dele até sua nuca. Seu polegar acariciou o lóbulo da orelha dele. Ele estremeceu por dentro. O medo pulsou dentro dela, mas, então, ela fechou os olhos.

Ele sentiu sua aproximação, mas o êxtase o impediu de reagir. Ela se aproximou timidamente, com medo e hesitação. Apertou sua mão na nuca dele um pouco mais para que ele não fugisse mais. E o beijou.

Roçou seus lábios no dele como se experimentasse a pequena sensação do primeiro beijo. Sugou seu lábio inferior levemente com medo que o momento se quebrasse. Ele abriu a boca em instinto, ela aceitou como um convite. Ela o puxou para si um pouco mais, encaixou suas pernas as deles em movimento inconsciente. Beijou novamente seu lábio inferior mais fugaz. Ele retribuiu de forma suave. Isso a assustou.

Ela percebeu sua total consciência e se assustou. O medo cresceu dentro dela. Medo e confusão. Ela se desvencilhou dos braços dele e tentou escapar do quarto, mas já era tarde. Ele intercedeu antes mesmo que ela saísse da cama. Agarrou o seu pulso e a puxou para si. Ele ouviu claramente o grito abafado dela antes de atá-la embaixo dele.

Ele ainda segurava seus pulsos enquanto a encarava. Seu frágil corpo encaixava perfeitamente em baixo do dele. Seus olhos estavam grandes – cheios de medo e surpresa – ela não se debatia, nem se movia, apenas o encarava de volta. Sua respiração estava irregular e arrítmica. Ele sofreu em vê-la assim, mas não hesitou.

Ele se aproximou lentamente do rosto dela ate que ficassem a centímetros um do outro. Ela abriu a boca em instinto. Ele pode sentir o hálito quente que saia da boca dela. Encarou aqueles lábios por 5 segundos antes de encarar seus imensos olhos azuis. Ambos se perderam esperando palavras que não foram ditas.

Lucius encarou Claire por mais 2 minutos tentando entender o porquê desta situação. Não achou respostas, então se encheu de raiva. Raiva e dor o cegaram por um momento e o fizeram apertar os pulsos de Claire. Claire arfou de dor, mas não respondeu o ato. Ele ainda estava a poucos centímetros dela quando disse:

- Sai do meu quarto! AGORA!

Ela desviou seus olhos dos dele. A magoa e a dor não a deixava o olhar. Ela sentiu seus olhos se encheram de lagrimas. Ela saiu do quarto antes que ele as visse escorrerem.

3 comentários:

  1. quente... muuuuito quente! tá muito bom :)) adoreei!

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  2. Nossa, perfeito. Adoro ler, e encontrar este blog foi uma das melhores coisas que eu fiz até agora x3

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